A moça da padaria
Toda vez que eu passava
Ela olhava e sorria
Meio de canto de olho
Pedia um café, ela fazia
Dava os melhores paezinhos
A moça da padaria
Lembro quando falou comigo
Achei que a língua reluzia
Era do pirsing que usava
Um sinal de rebeldia
Mas era tão meiga menina
A moça da padaria
Certa vez resolvi esperar
Não sabia que horas saía
Via a hora que chegava
Ele entrava ao meio-dia
E nunca se atrasava
A moça da padaria
Ficamos logo amigos
O coração já batia
Saímos algumas vezes
Ela sempre me ouvia
Mas eu nunca dei espaço
A moça da padaria
Vinha me ver no trabalho
Eu achava que morreria
Quando via ela entrando
Começava a euforia
Arrumava tudo pra receber
A moça da padaria
Por mim, começou a se atrasar
E a ouvir a gritaria
Levava bronca no trabalho
A colega já dizia:
Se continuar deixa de ser
A moça da padaria
Foi então que fui embora
Deixei lá minha alegria
Parei de tomar seu café
E já não mais me nutria
Me mudei pra longe dela
A moça da padaria
O carinho era verdadeiro
No tínhamos uma sintonia
Ela veio me procurar
Meu amor já existia
E passei a ver sempre
A moça da padaria
Conheci os seus segredos
Coisas que a ninguém dizia
E comecei a admirar
Aumentou minha simpatia
Sempre a via em meus sonhos
A moça da padaria
Mas esse amor virou platônico
Com um tom de melancolia
Por que no fundo não me quer
E eu só naquela agonia
Não tirava da cabeça
A moça da padaria
Hoje me sinto um besta
Porque eu me iludia
Achava que podia mudar
O jeito que ela me via
Mas ela me deu um não
A moça da padaria
Só posso ser seu amigo
Mesmo sendo à revelia
Nunca experimentei o beijo
É certo, me derreteria
Agora só vejo de longe
A moça da padaria