Desencanto
Desencanto
Era o rumo infeliz, era a morte,
falso sim no caminho, má sorte,
vendaval sobre os mares da vida.
Era um pé sempre sobre o meu calo,
o futuro escorrendo no ralo,
era o demo em constante investida.
Era a vida já bem anciã,
era a prece ao raiar da manhã,
sempre em busca da senda segura.
Era a noite chegando veloz,
o silêncio estampado na voz,
um banquete geral de amargura.
Mas um dia... eis a cruz num canteiro,
demarcando o meu lar derradeiro,
o triunfo, o final dos meus ais!
A vaidade do último tiro,
a tristeza no olhar do vampiro,
desencanto de vários chacais.
Gilson Faustino Maia