CONHECER-SE
Todos desejamos nos conhecer e enquanto isso, expostos, ouvimos sobre o que pensam de nós.
O curioso é que essas coisas somente parecem nos importar quando estamos mal, aborrecidos.
Quando, ao contrário, a vida nos brinda com vitórias diárias, saúde e prosperidade, para quê ?
Conhecer-nos somente nos torna algo desejável quando julgamos que haja algo errado ou, na maioria das vezes, quando ouvimos de quem não esperávamos, palavras mais duras, ferinas.
Os anos passam e, nao importa quão fácil tenha sido a nossa vida no começo; um dia todos, inevitavelmente, seremos levados aos mesmos questionamentos e, nao raro, é justamente a partir dai é que essa "procura" por quem realmente somos, começa e é bom torcermos para que as respostas venham logo e que as aceitemos, caso contrário, o divã e os antidepressivos passarão a fazer parte de nossas vidas e isso é algo que devemos, a todo o custo, evitar.
O tema é muito complexo pois que é sabido que a ciência reconhece que ainda sabe-se muito pouco sobre o cérebro humano e as questões religiosas, como de costume, suscitam polêmicas ainda maiores e, portanto, seriam necessárias muitas laudas e muitos testemunhos para eu poder concluir essa crônica que, por acaso, é uma das "vias" através da qual trafego quando estou à procura de algo em mim que possa me ajudar a corrigir outras partes que não andam bem.
Quando o mar revolto das nossas inquietações nos enjoam, a mente procura encontrar algum rumo que nos faça retornar à águas serenas e esse processo parece infindável porque todos nós, ricos ou pobres, sábios ou iletrados, sempre nos depararemos com o inusitado, o questionável, o dúbio.
Conhecer-se é fundamental, contudo, não devemos nos recolher enquanto procuramos. A reclusão é um processo perigoso e que nos distanciará ainda mais do autoconhecimento. Temos, sem duvida alguma, que interagir com as pessoas e não fugir delas, o que geralmente acontece. O enfrentamento e a admissão de que há algo em nós que desejamos conhecer, é um ato de coragem, de desprendimento e um dos caminhos mais prováveis para o encontro das respostas certas, no tempo certo. A ignorância não é um defeito a menos que não a admitamos.
Há 50 anos eu sigo me procurando e o máximo que consegui foi me sentir menos tolo mas considero esse resultado muito bom mas que ainda não é o ideal.
Conhecer-se é preciso !