ODE AO PEIDO

ODE AO PEIDO
Jorge Linhaça


Vou falá desse amigo
qui muitos abomina
acham ele um perigo
todo mundo recrimina
mas anda sempre contigo
seja rapaz ou menina

Quando ele aparece
tratam logo di isconder
algusn fazem inte prece
pru danado si conter
muitos se enrubescem
querendo na hora morrer

Pode falar fininho
quase qui bem assovio
se chega devagarinho
causa inté um calafrio
se espalha rapidinho
como porva de pavio

pode vir di guerrilheiro
falando como metralhadora
traquetraquendo faceiro
duma forma vingadoura
espaiando no ar o cheiro
de repolho e de cebola

num intendo o preconceito
eu cá num tenho nenhum
num vejo como defeito
apesar do seu futum
qualquer que seja o sujeito
duvido que num solte pum.

Sou a favor da liberdade
jogo aqui a minha sorte
podem xingar a vontade
num que isso me importe
ao peido em solidariedade
grito liberdade ou morte!

Que jogue a primeira flexa
quem nunca se aliviou
até nu meio da festa
e discretamente peidou
e batendo na sua testa
um outro num acusou.

e aqui vou terminando
essa minha homenagem
uns traques aqui soltando
defrutando da aragem
e voce ai peidando
de rir desta molecagem

Num sei o baruio que faiz
o ventinho que tu soltou
mas di garanti sou capaiz
que oce já se aliviou
libertou do buxo o gais
e com essa eu já mi vou

pffuuuuiiiiiii