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CORDEL DA VERGONHA
Tremei as pernas, oh povo,
do opróbrio, neste país,
num contexto sem critério
em que não se leva a sério
o que nos papéis se diz.
No país do vai, mas volta,
todo impune tem, na certa,
o seu bem-bom já cativo;
basta ser muito nocivo
e possuir mão esperta.
Pois, nesta terra, a certeza
de que as leis sem validade
só irão pôr panos quentes,
traz é mandos e batentes
aos donos da impunidade.
Vejam em que derrocada
metidos estão ministros
que julgaram mensaleiros
engordados com dinheiros
de expedientes sinistros.
O que se elegeu, na Câmara,
ao lugar de presidente,
diz que tão só pra julgar
tem vez um parlamentar,
e o Supremo que se aguente.
Assim o Brasil não anda,
ou anda, mas não progride:
sai corrupto, cedo volta,
imprime em todos revolta
e nem quer ouvir revide.
Assim o País não anda,
vida à moda caranguejo:
um figurão não é mais,
rouba, some e volta atrás,
vem ao favor de um ensejo.
Assim isto aqui não anda,
ou anda desmantelado.
O cidadão, no Congresso,
nos costados com processo,
sai de lá, volta aclamado?
Assim o Brasil não anda,
sequer vai galgar batente:
um parlamentar expulso,
reeleito, toma pulso,
já de um Poder presidente.
Assim isto aqui não anda,
ou vai somente de ré.
O Supremo alguém condena,
mas é dele inócua a pena:
mais os pulhas tomam pé.
É vergonhoso, meu povo,
o opróbrio, neste país,
nas instâncias sem critério
nas quais não se leva a sério
o que se escreve ou se diz.
É demais, assim não dá,
e a Nação ficou tantã.
Três “fichas-sujas”, aqui,
promovidos logo ali
– Genu*, Henrique e Renan.
Fort., 06/02/2013.
- - - - - -
(*) Genu é o José Genoíno Neto.
Era assim que eu o chamava, de
modo carinhoso, ao tempo em que
fomos colegas de faculdade.
Ainda idealista, cheio de seiva,
imberbe, exercitando seus
primeiros discursos de agitação
social.
Dos três citados, presidentes da
Câmara e do Senado, inclusos,
gostaria de crer na inocência do
conterrâneo Genu, que esteve
na guerrilha do Araguaia e pegou
cadeia política longa e pesada.
Mas as evidêncais do Mensalão...
Que pena não poder excluí-lo, até
por ele ter corrido para aceitar ser
outra vez deputado federal, ainda
que julgado e apenado pelo STF,
no triste capítulo dos mensaleiros.
CORDEL DA VERGONHA
Tremei as pernas, oh povo,
do opróbrio, neste país,
num contexto sem critério
em que não se leva a sério
o que nos papéis se diz.
No país do vai, mas volta,
todo impune tem, na certa,
o seu bem-bom já cativo;
basta ser muito nocivo
e possuir mão esperta.
Pois, nesta terra, a certeza
de que as leis sem validade
só irão pôr panos quentes,
traz é mandos e batentes
aos donos da impunidade.
Vejam em que derrocada
metidos estão ministros
que julgaram mensaleiros
engordados com dinheiros
de expedientes sinistros.
O que se elegeu, na Câmara,
ao lugar de presidente,
diz que tão só pra julgar
tem vez um parlamentar,
e o Supremo que se aguente.
Assim o Brasil não anda,
ou anda, mas não progride:
sai corrupto, cedo volta,
imprime em todos revolta
e nem quer ouvir revide.
Assim o País não anda,
vida à moda caranguejo:
um figurão não é mais,
rouba, some e volta atrás,
vem ao favor de um ensejo.
Assim isto aqui não anda,
ou anda desmantelado.
O cidadão, no Congresso,
nos costados com processo,
sai de lá, volta aclamado?
Assim o Brasil não anda,
sequer vai galgar batente:
um parlamentar expulso,
reeleito, toma pulso,
já de um Poder presidente.
Assim isto aqui não anda,
ou vai somente de ré.
O Supremo alguém condena,
mas é dele inócua a pena:
mais os pulhas tomam pé.
É vergonhoso, meu povo,
o opróbrio, neste país,
nas instâncias sem critério
nas quais não se leva a sério
o que se escreve ou se diz.
É demais, assim não dá,
e a Nação ficou tantã.
Três “fichas-sujas”, aqui,
promovidos logo ali
– Genu*, Henrique e Renan.
Fort., 06/02/2013.
- - - - - -
(*) Genu é o José Genoíno Neto.
Era assim que eu o chamava, de
modo carinhoso, ao tempo em que
fomos colegas de faculdade.
Ainda idealista, cheio de seiva,
imberbe, exercitando seus
primeiros discursos de agitação
social.
Dos três citados, presidentes da
Câmara e do Senado, inclusos,
gostaria de crer na inocência do
conterrâneo Genu, que esteve
na guerrilha do Araguaia e pegou
cadeia política longa e pesada.
Mas as evidêncais do Mensalão...
Que pena não poder excluí-lo, até
por ele ter corrido para aceitar ser
outra vez deputado federal, ainda
que julgado e apenado pelo STF,
no triste capítulo dos mensaleiros.