UM PÉ MUITO DOIDO
UM PÉ MUITO DOIDO
Jorge Linhaça
Meu pé enlouqueceu
não me dá mais sossego
não sei o que lhe deu
tô quase pedindo arrego
Valha-me pois ó Zeus
e todos deuses gregos
O danado não tem parada
não pode ouvir nem assobio
começa uma dança lascada
em um louco desvario
não há botina apertada
que acabe com o seu cio.
Já ando sem fôlego aqui
até já tentei afoga-lo
mas ele pula igual sagui
mesmo preso no ralo
coisa igual eu nunca vi
não tenho como para-lo
Eita pé mais aloprado
que só qué sabê di dançá
e eu aqui já cansado
sem sabê ni qui vai dá
tô inté desconjuntado
sem pudê nem discansá