CORDÉ DA BOCA AO DEDÃO DO PÉ (continuação)
Lilian Maial (começou)
E TOME BEIJO
Lílian Maial
O bom amigo Domingos
em seu beijar domingueiro
saiu babado e aos pingos
jeito de cabra faceiro
falando tudo de beijo
só num falou do desejo
de beijar o mundo inteiro.
Beijar é coisa do Demo
também é coisa de Deus
se o beijo é bom, eu não temo
dizer no beijo um adeus
mas se a coisa é abençoada
se essa boca é bem danada
a quero nos lábios meus.
Um bom beijo não dispenso
que é coisa boa e bem rara
que me faz um bem imenso
de iluminar minha cara
mas se o beijo é inocente
eu torno ele bem quente
e o meu coração dispara.
Beijo bom é beijo longo
daqueles bem demorado
que faz um enorme rombo
na boca do namorado
e deixa o cabra arretado
de papagaio empinado
e roxo de envergonhado.
O melhor beijo de todos
é beijar filho que chega
não é que eu dispense os outros
mas eu sou meio manteiga
agarrada à minha cria
cada beijo me alivia
e o abraço me aconchega.
Beijar amigo é gostoso
só Deus sabe como é bão
é um beijo mei meloso
com cuidado e sem batom
pra não causar a pendenga
em casa, com dona encrenca
vamo arquivá o tesão.
Já falei muito de beijo
gostei do tema do amigo
de falá de coisa boa
sem dar trela pro inimigo
então vamo matutá
depois de tanto beijá
que tal um cordé de umbigo?
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Marco Bastos (continuou)
DA BOCA INTÉ O UMBIGO
Depois de tanto beijá
cordé de umbigo é comigo
tem muito chão prá se andá
entre a boca e o umbigo.
já gosto quando começo
querendo fazê progresso
na chama do amor antigo
na boca beijei com jeito
tanto que os beiços inchô
coração pulô no peito
de tanto que ela gostô.
da boca beijei nas oreia
sem neca de cara feia
de mode que aí num parô.
carinhos bão foi no amasso
num conto mais por respeito
falo dos beijo e abraço
do rio agarrado no leito.
na geografia dos monte
ela fala do horizonte
sem querê falá do estreito.
se é?...é assim desse jeito
no estreito o navio afundô
Camões falou desse feito
foi lá que ali naufragô.
tinha um umbigo tão fundo
maió que o umbigo do mundo
que até o joêio dobrô.
foi essa a parte mais fraca
mais nada de fazê feio
corpo que só goma-laca
nem vento passa no meio.
prá que esse amor não se cale
percuro agora quem fale
do seu umbigo ao joêio.
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Marco Bastos (continuou)
FALAR DE UMBIGO A JOÊIO
´
é mesmo coisa difícil
porque tem partes com artes
que vão de pino a orifício
prá não fazer malazartes
sabença acode e ajuda
sem precisá Deus-me-acuda
na boa pintura das partes.
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Áurea Charpinel (continuou)
Falar de umbigo a joêio?
Valei-me, Nossa Senhora!
O Marco ficou vremeio
Disfarçando, foi embora
E agora sobrou pra mim
Mas se tem que ser assim
É o "vamo vê", tá na hora!
Enquanto ela fecha os óio
Domingos desce aos pouquinho
E sente que as parte sobe
Com as arte do seu carinho
Juntando as parte no céu
Os dois provaram do mel
Regado com muito vinho
É tão doce e saboroso
Que eles vão enchendo a taça
Tome vinho, tome gozo
E a sede deles não passa
Os lábio dela, se abrindo
Pede mais. Vixe, que lindo!
O amô em estado de graça...
Branquinho, um doce maná
Lá do céu mansinho veio...
Os dois a se lambuzá
Juntaro o vinho vremeio.
Escorrendo, cor-de-rosa
Pelas coxa tão formosa
Vai indo, chega ao joêio...
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Paulo Magalhães (continuou)
O tempo é curto, seu moço
Carece de aproveitá
Desfruto até do caroço
Se a moça não se importá
Canela também me serve
Lisinha, que o sangue ferve
A ponto de transbordá.
As canela misturada
(A do home e a da mulé)
Ixe, a coisa tá encrencada...
Agora é dois par de pé!
Pelo gosto do tempero
Vai durar esse entrevero
Já passou do cafuné...
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Marco Bastos (continuou)
UM LINDO PÉ SEM CHULÉ
´
se já passou da canela
e também do tornozelo
falo do que? falo dela
do pé que tem desmazelo
pió coisa é chulé
se tá no pé da muié
parece cola de selo
um dia fui nos correio
mandar a carta prá ela
na língua um gosto me veio
gosto de cola amarela
fiquei enjoado na hora
lembrei do pé da senhora
- bom era o amor na janela.
mas nem todo pé é assim
tem as que são caprichosas
cortam as unhas com trim
lavam os dedos com rosas
lindos os pés das muié
doces, tem gosto de mé
agora sim, são formosas.
no carcanhá não tem calo
a planta do pé é lisinha
faço cosquinha e me calo
só pra ouvir a risadinha
essas muié no meu ninho
trato no amor, com carinho
dou beijos nela todinha.
como a muié é um mundo
parece inté o universo
falo e não chego no fundo
calo, findo só esse verso
continue agora quem quer
falar do homem ou mulher
se der despois eu converso.
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* Cordel sendo desenvolvido na Comunidade Poesia Regional no Orkut. Atualizado até 11/03/07. Se acabou não se sabe. rs.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=26157546