1OO ANOS DO REI DO BAIÃO
I
Canta, canta sabiá
no galho do juazeiro
lembrando a triste partida
de Gonzaga sanfoneiro
rei do xaxado e baião
que cantou com emoção
o nordeste brasileiro
II
Até mesmo a asa branca
sente a dor no coração
bateu asas e foi embora
no luar do meu sertão
Assum- preto ainda usa luto
mesmo cego sente o vulto
do adeus de gonzagão
III
Adeus, adeus xanduzinha
adeus, também cintura fina
não terá a mesma essência
o cheiro da Carolina
se queres ver um tocador
olha pro céu meu amor
do alto de uma colina
IV
Deu adeus a Cacimba Nova
deu adeus a Exu seu torrão
que muitas vezes com festa
aplaudia o seu baião
vira e mexe foi tocar
para São Pedro dançar
nas quadrilhas de São João
V
Cantou a vida do viajante
como acauã que voava
lá no meu pé de serra
o boiadeiro escutava
ele dizer “oia eu aqui de novo”
e com a sanfona do povo
multidões ele alegrava
VI
Esse ano comemora-se
100 anos de sua idade
e seu baião se ouvirá
por toda eternidade
sua voz é uma canção
que irriga o coração
com as lagrimas de saudade
Isaias Eduardo Santa Rosa