DIGA SE NÃO É VERDADE-02.

Estou voltando de novo,

Trazendo outras verdades,

Nesse gostoso cordel,

Sem nenhuma vaidade,

E todo aquele que ler,

Com certeza vai dizer,

Que o mesmo é raridade.

Camaleão muda de cor,

Dependendo da ocasião,

Milho graúdo é xerem,

Quando entra no pilão,

Já cantava Raul Seixas,

Ninguém dá uma de besta,

Na frente de um tubarão.

Todo jovem conta afoito,

As proezas que realiza,

O cantador de destreza,

Os seus versos improvisa,

Isso é verdade de sobra,

Buraco que entra cobra,

Fica com a boca lisa.

A cigarra tanto canta,

Que estoura pelas costas,

A coisa que mais irrita,

É pergunta sem resposta,

Se refém de fuxiqueiro,

Ou comida sem tempero,

É algo que ninguém gosta.

É digno o trabalhador,

De receber seu salário,

Só com a morte do tutor,

É que se faz inventário,

Do jeito que está a vida,

E só se enche a barriga,

Por ser algo necessário.

A noite a água é espelho,

Principalmente ao luar,

A salvação do malandro,

É do flagrante escapar,

Se não pensar faz aborto,

E bandido bom só morto,

Assim deixa de assaltar.

Dizem que o fazer xixi,

É tirar água do joelho,

Todo cara intrometido,

É chamado de pentelho,

Aumenta mais a tortura,

Quando enxerga a feiura,

Estampada num espelho.

Pé grande homem da neve,

É lendário personagem,

Só participa de greves,

Aquele que tem coragem,

Ovelhas vivem em redil,

Pra sobreviver no frio,

Precisa ter estalagem.

É certo procurar abrigo,

No limiar do meio dia,

Mas afugenta o amigo,

O que tem glutonaria,

Sebo bom é de carneiro,

Arrisca ter pesadelo,

Quem na vida não vigia.

Doce contenta a criança,

Dependendo da pirraça,

Não é digno de confiança,

Quem se perde na cachaça,

Perder faz parte do jogo,

Conhece-se que há fogo,

Quando ver sair fumaça.

Gonzo é próprio de portas,

Pro cavalo tem os freios,

Ver-se a firmeza da casa,

Pelo porte dos esteios,

Rebento é broto nascido,

É suspeito o individuo,

Que põe a mão no alheio.

Que a rapadura é doce,

Da tese ninguém duvida,

Pois o coração do justo,

Não altera na medida,

Cansa-se que sobe escada,

É só na hora marcada,

Que vem ou se vai a vida.

Gripe é doença de rico,

É um provérbio popular,

Não se chupa pirulito,

Se o palito se quebrar,

Embaraço traz ultraje,

Mas não é embalagem,

Que convence a comprar.

Esconde-se o camundongo,

Se o gato está acordado,

Goleiro que toma frango,

Fica todo atrapalhado,

Tem gosto doce à vitória,

Mas nem sempre é a gloria,

Pelos termos assinados.

O martelo é assessório,

Pra quem faz carpintaria,

Não faz fama em auditório,

Que espanta a freguesia,

Nunca é pego de surpresa,

Quem põe as cartas na mesa,

E nem quem ganha anistia.

Engana-se o que pensa,

Que a vida é mar de rosa,

Sei que anunciar sem ter,

É propaganda enganosa,

Sou obrigado a lhe dizer,

Que você fez sem querer,

Uma leitura bem gostosa.

Cosme B Araujo.

11/01/2013.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 11/01/2013
Reeditado em 12/01/2013
Código do texto: T4079117
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