Compensações
Compensações
Eu vivo igual ao mineiro,
comendo pelas beiradas;
sem essa de tudo ou nada,
pois o mundo é um fogareiro.
De janeiro até janeiro
eu estou na corda bamba.
No fim da corda a caçamba,
não sei se cheia ou vazia.
O que importa é a poesia
que eu coloco no meu samba.
Já cantei como um canário
no galho do limoeiro.
Fugia do cativeiro,
mas sempre no itinerário
existe a cruz do rosário.
Na dança do capoeira,
bobeou, leva rasteira.
Porém nem tudo é tão mau,
tem o som do berimbau
no alto do meu calvário.
Gilson Faustino Maia