DIGA SE NÃO É VERDADE!
Arara belisca frutas,
Periquito come angu,
O sujeito acanhado,
Tem o nome de jacu,
É tremendo vacilão,
O cabra meter a mão,
Em buraco de tatu.
Formiga carrega folhas,
Pra encher o seu celeiro,
O cipó faz nascer bolhas,
Na costa de baderneiros,
Duro suportar cigarro,
Porem o cheiro do sarro,
É de tirar o tempero.
Papagaio faz seu ninho,
Onde o homem não alcança,
O porco perde o tocinho,
Quando chega na balança,
O que entra em confusão,
Deixa de lado a razão,
E enfarta na lambança.
Chora triste o que perdeu,
Ri feliz o que ganhar,
Dizem que é mexendagem,
Outros chamam de jabá,
Sol de inverno é estio,
E todas as águas do rio,
Corre em direção ao mar.
Coruja dorme em toco,
E ver tudo que se passa,
E no auge do sufoco,
O palhaço perde a graça,
A dor não deixa sorrir,
Tem a chance de cair,
O que ingere cachaça.
O pelego no cavalo,
Amacia a montaria,
É na boca do gargalo,
Que o ébrio tem alegria,
E no ronco da moenda,
O sustento da fazenda,
Alimenta a freguesia.
No balanço da maré,
Passa o dia o pescador,
Dizem ser falta de fé,
A não crença no senhor,
Fome não ver gororoba,
O cheiro da maniçoba,
É tempero de valor.
Não há homem corajoso,
Que se atreva enfrentar,
Um búfalo enfurecido,
Sem ter onde se ocultar,
Pirão bom é de farinha,
E o piolho da galinha,
Incomoda onde passar.
Já escreveu Salomão,
Que nada farto guloso,
Para o cabra com fome,
Todo prato é saboroso,
Das iguarias do lugar,
No acarajé e o abará,
O baiano tem seu gozo.
Arrisca ter desarranjos,
Quem come sarapatel,
O apicultor fica triste,
Se a abelha não tem mel,
Caiu da moda a boneca,
Fica bravo um careca,
Se esconder seu chapéu.
Um leão está à soltas,
Diz convicto o preguiçoso,
Não se arrisca no escuro,
Se o sujeito for medroso,
Ruim é briga de vizinho,
E a águia faz seu ninho,
Só em penhasco rochoso.
Não há quem fique calado,
Perante uma dor de dente,
Quem teima vender fiado,
Não faz coisa inteligente,
Come logo o mais esperto,
É mais dengoso o neto,
E é tratado diferente.
A pedra que muito rola,
Lodo não pode criar,
Eu nunca vi pular cordas,
E as pernas não cansar,
Mulher grude é chiclete,
Massa fina é espaguete,
Come quem quer engordar.
O nordestino se farta,
Numa buchada de bode,
Não se empanturra de jaca,
Quem quer salvar o bigode,
Vaca nova inda é novilha,
Lobos vivem em matilha,
E a galinha grande é rode.
O malandro surrupia,
Enganado quem puder,
Não há praia que resista,
A enchente da maré,
Jiboia mata no arrocho,
E o boi tem no pescoço,
Força de dez pangarés.
Cosme B Araujo.
05/01/2013.