O CAUZO DAS FRUMIGA CUSTUREIRA

O CAUZO DAS FRUMIGAS CUSTUREIRA

Airam Ribeiro dez:/12

Nas era de antigamente

Cunticeu na zona rurá

Este cauzo de dizê oxente!

Mas qui cauzo ispetaculá1

Vô falá deste cunticido

Sem nem fazê alarido

O qui cunticeu nun currá.

Lá tava o seu Sebastião

Qui era o pai de Zégazim

Tomém tava o seu Lesbão

O Jura qui contô pra mim

Apariceu uma vaca ciumenta

Braba quinén uma jumanta

Quando li farta o capim.

A vaca era uma xifruda

Qui vêi pra cima do Lesbão

Esse falô Deus mihn acuda!

E subiu inrriba dum moirão

Tião dipreça correu

O Zégazim só percebeu

Quando já tava caído no xão.

A vaca li deu uma xifrada

Na capanga d ovo guardá

Qui a bixa ficô pindurada

Só por um fiozin a ligá

Foi aí qui então apariceu

O pai do tenente Romeu

Para a capanga custurá.

Onde era qui ia axá a linha

Ali naquele dizispêro

Em nium canto nun tinha

Arguma linha no terrêro

O seu Romeu astuciô

E percurá então mandô

Tião axá um furmiguêro.

Intão sairo os pessoá

Im buscá dum furmiguêro

Para as frumigas incontrá

Bem depréca e bem digêro

Foi aí que argúem axô

E todas as frumigas pegô

Cum ajuda dos cumpaêros.

Sarafim tava gemeno

Cum a capanga por um fio

Todos no currá tava veno

Ele já cum os calafrio

Seu Romeu a capanga pegô

Na outra parte se ajuntô

E muita dô Zégazim sentiu.

Foi aí qui as frumiga

Se entráro na questão

No encostá as amiga

Començô entrá em ação

O seu Romeu apertava

Quando as garra enlargava

Ele tirava a bunda cás mão

De modo qui as amiga

A capanga costurava

Cada vez qui uma frumiga

A capanga ferruava

Fazeno o ajuntamento

Fizéro os custuramento

No silêncio qui reinava.

Já era quase noitinha

Quando o seuviço terminô

No xão só as bunda tinha

Pois foi só o qui restô

Cum a capanga xêia de ferrão

Zé gazimim só gemia então

Despois qui os ferrão ferruô.

Assim foi feita a costurança

Da capanga de Zégazim

E ele agora tinha isperança

De já fazê arguns fiim

Assim contô as pessoa antiga

Qui graças aquelas frumigas

A capanga guarda os ovo de ZéGazim.

Meu caro cumpadi,

Intoci aí vai minha participação nesse causu tremendu das furmiga.

Feliz Ano Novo pra vosmicê.

Causo assustadô

(Hull de La Fuente)

Meu cumpadi eu aquerditu

Nessi causu assustadô

Pois um fatu isquisitu

Eu vô contá pru sinhô.

Cuntiticeu cuma minina

Pras banda di Xavantina

Im Mato Grosso, meu amô.

Mais antis queru dizê

Cum muita dimiração

Quessi seu acunticê

Tirô minha rispiração.

Cas frumiga custurêra

Qui custurô as bestêra

Do Zegazim cum ferrão.

É pussive, meu cumpadi,

Eu num vô duvidá não

Im nomi da amizadi

I da grandi afeição.

Mas o Juca mi contô

Qui o tenenti custurô

Cum um fio muito du bão.

Era o cabelo do rabo

Da vaquinha ciumenta

Qui dos zovo quais deu cabo

Pur agi cuma jumenta.

Zegazim de Elesbão

Cum o alguidá quase bão

Ainda di dô lamenta.

Mai a minina do fato

Cunticidu im Xavantina

Pra biologia é um ato

Qui intriga a medicina.

Ela ingole um ovo intero

E digu sem izageru

Ele sai pela narina.

O ovo sai ínterim

Sem o menó arranhão

Num tempo bem ligerim

Nem cuzidu fica não.

Na cidade o povo diz

Por ovo pelo nariz

Mais pareci mardição.

Xavantina, ocê sabi,

Na bêra do Rio das Morti

Um lugá bom di verdadi

Mas morá lá num dá sorti.

U lugá é incantado

Tem genti di todo fado

Nadá no rio é o isporti.

Esti causo assustadô

Si arguém quisé cunhecê

Recumendo ao sinhô

ir a Xavantina vê.

E banhá n’água cristalina

Onde nada a tar minina

Junto cum os poraquê.(*)

(*) peixe elétrico, no Rio das Mortes é um cardume atrás do outro.

PS: Os fatos narrados aqui é pura fantasia, exceção feita aos cardumes de peixe elétric0

Milla Pereira

Ocêis num mi cunvidaru, mai cá istou eu..... Hehehehe....Ieu num mi assustei/ cum u causu assustadô./ Mai muito feliz fiquei/ E quaiz qui chorei, dotô./ Mi interneci co?a minina/ das banda de Xavantina/ a istória qui ocê contô.///// Aqueli ovo qui saiu/ Pelo nariz da minina./ Pur onde entrô, ninguém viu,/ Essa istória mi azucrina./ Convocáru cientista,/ Dotores, inté artista,/ Porém ninguém discubriu!//// Arguns disseru que era/ Coisa do demo mardito./ Mardição da besta fera/ Ô um feitiçu isquisito./ Uns opens aqui é má sorti/ A peste do Rio das Morti/ Das banda di Xavantina!//// (Milla Pereira) Cumpádi, retornando neste ano, pra lhe desejar muita sorte, amor, saúde e paz, em 2013. Beijos, Milla

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 29/12/2012
Reeditado em 10/01/2013
Código do texto: T4058250
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