Tempos de antanho
História tem quem vive,
Tem também quem Ja morreu.
Contar-te-ei uma agora que comigo aconteceu.
Não lembro data nem idade
So sei que era pequena
Quando minha avó mudou de cidade.
Nas férias escolares sempre ia visita-la
Naquele Julho não foi diferente
Em cima de um "pau-de-arara"
Fui para o Pará alegre e contente.
Fui recebida com festa
Bolo de Mangulão e refrigerante geladinho,
Vovó estava la, me enchendo de carinho.
Trazendo um objeto na mão
La veio seu Piauí, meu avô do coração,
Mas se fizerem um teste
Não há quem conteste
Que o mesmo sangue corre em nossas veias
Trouxe ele uma fita cassete
Que logo tratei de pôr no sonzinho.
Começou o forrozinho,
Ouvi o primeiro gritinho
E não é que era o Cãozinho?!
Animada como sempre fui
Eu dancei a tarde inteira
Ouvindo Frank Aguiar
E balançando a cabeleira.
Aquela fita nem sei onde anda,
O estilo musical em mim não se desenvolveu
Hoje a criança cresceu,
Mas aquela tarde nunca esqueceu.
Quem de longe olhar minha história
Irá acha-la desinteressante,
Mas quem viveu uma infância inocente
Vai entender que o meu relato fascinante.