Natal no Hospital, o menor de Jorge

Natal no Hospital, o menor de Jorge

Jorge Linhaça

Era dia de natal

E Davi adoeceu

Fomos logo ao hospital

Eu e ele, Ele e eu

Por incrível que pareça

A UPA estava tranquila

Não houve dor de cabeça

E andou ligeira a fila

Mas o fato engraçado

Que guardei no meu alforje

Foi que Davi, “desnomado”

Virou o “menor de Jorge”

Acontece que o menino

Estava sem documento

E o meu nome foi surgindo

Na ficha de atendimento

Mas confesso, não esperava

( mas da sina ninguém foge)

Quando a enfermeira chamava

Venha o “menor de Jorge”

Reconhecida a “virose”

E feita a medicação

Tudo em bem medida dose

Foi pra observação

Uma hora “de relógio”

Como dizem por aqui

Tinha eu de ficar no ócio

E este cordel escrevi

Falta mais de meia hora

Se a memória não me foge

Pra podermos ir embora

Eu e o “menor de Jorge”

O registro fica feito

E garanto ser verdade

Da história fui sujeito

Conto pra posteridade

Foi na UPA aqui em Roma

Que antes se chamava Pam

Foi verdade e não é broma

A minha mente está sã.

Salvador, 25 de dezembro de 2012