O VELHO E O VIAGRA. 02

Quero trazer ao leitor,

Esse texto verdadeiro,

Pra falar de um assunto,

Já um tanto corriqueiro,

Aqui em nosso universo,

Dizem que já faz sucesso,

Pondo na vida o tempero.

Esse tempero que falo,

Tem o nome de Viagra,

O azulinho encardido,

Usado no fim da saga,

Que faz da necessidade,

De tantos em certa idade,

Ficar pisando em brasa.

O homem de certa idade,

Mesmo sem se sustentar,

Quando lhe vem à vontade,

De por o galo pra brigar,

Se o bicho não der no couro,

Toma o Viagra sem choro,

Para o trem não descambar.

O velho tomando o Viagra,

Fica alegre e todo afoito,

Pode ter setenta anos,

Que se sente com dezoito,

Desaparece a tristeza,

Quando lhe surge a proeza,

De encharcar o biscoito.

Se o Viagra é poderoso,

Pra fazer ressuscitar,

O moleque amolecido,

Que nem sonha levantar,

O famoso comprimido,

Por muitos é ingerido,

Por mastro se empinar.

A fama de todo homem,

É só em sexo pensar,

Por mais que esteja fraco,

E nenhum pensa em falhar,

Então pra se precaver,

De tudo vai se valer,

Pro carro não emperrar.

O velho chega pra velha,

Todo cheio de razão,

Faz charme e até acenos,

Se sentindo um garanhão,

Dizendo consigo mesmo,

Hoje não deixo sobejo,

Tiro a manteiga do pão.

Canta arrastando a asa,

Sassarica feito um galo,

Dizendo hoje minha veia,

O motor pega no estalo,

Não quero reclamação,

Pois carreguei o canhão,

Que está cheio até o talo.

Com o Viagra na guela,

Torce pra fazer efeito,

Pois sua maior alegria,

É manobrar o sujeito,

Tirar da licença prêmio,

Por todo seu desempenho,

Quando tudo era perfeito.

Aumenta-lhe a euforia,

A ver a coisa esquentar,

Diz logo virgem Maria,

Hoje o bicho vai pegar,

Vira um poldro redomão,

Quebra rédea e gibão,

Louco pra noite chegar.

Muitos falam de sua fama,

Mas não sei se é verdade,

Eu só sei que o tal remédio,

Tem suas particularidades,

Quem usa tome cuidado,

Pra não ficar empacado,

Chorando a dor da saudade.

Pois esse tal de Viagra,

É remédio milagroso,

Costuma tirar da forca,

Quem já engoliu caroço,

O fraco fica um terror,

O forte vira um trator,

Faz velho se sentir moço.

Diz o velho que o Viagra,

Devolve-lhe a alegria,

Deixado o seu fogo aceso,

E o ponteiro ao meio dia,

E o que estava enrugado,

Fica teso e assanhado,

Sem fazer burocracia.

ETA remedinho porreta,

Esse pequeno comprimido,

Faz o velhote acanhado,

Deixar o canhão munido,

Quando ver a coisa preta,

Arrepia-se e faz careta,

Para investir no partido.

Sobre esse afrodisíaco,

Tenho visto cada história,

De uns velhos sessentões,

A se gabar em vanglórias,

Contando suas proezas,

Chamadas de espertezas,

Cravadas em sua memória.

Se seu negocio amigo,

É gostar de fazer festa,

E vive se arriscando,

A desbravar a floresta,

Muitos nessa brincadeira,

Descambaram a ladeira,

Só o lamento lhe resta.

Cosme B Araujo.

13/12/2012.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 14/12/2012
Reeditado em 10/08/2018
Código do texto: T4034676
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