no cantar da passarada que o poeta eternizou

A Asa Branca em revoada,

O retirante lembrou,

Assim dizia a toada,

que o poeta cantou.

No sertão do Gonzaga

a natureza encantou:

Pela voz da passarada,

Que o poeta eternizou.

O Assum preto pra cantar

em um gorjeio melhor,

Teve seus olhos fechados

sem ter pena e sem ter dó,

assim dizia o baião,

que tocava em tom maior:

Pela voz da passarada,

Que o poeta eternizou.

Do cantar das aves do sertão,

Luiz cantou como ninguém,

Do cantar das patativas

A cantiga do “ Vem-vem”.

Humberto teixera e Zé Dantas

O maior compositor:

Pela voz da passarada,

Que o poeta eternizou.

O acauã ao cantar,

fazia anunciação,

da seca implacável,

que se abatia no sertão,

assim dizia o cantor

em seu famoso baião:

Pela voz da passarada,

Que o poeta eternizou.

O Fogo-pagou, foi Exaltado,

Por seu canto de lamento,

Num baião gonzagueado,

Em mais um belo momento,

Com a natureza cantada,

Que o povo aclamou,

Pela voz da passarada,

Que o poeta eternizou

Teve aquela da Rolinha

Que o menino matou,

arribaçãs, e andorinhas,

tantas ele cantou,

tantas foram cantadas

com muito talento e amor,

Pela voz da passarada,

Que o poeta eternizou.

MCantarelli
Enviado por MCantarelli em 07/12/2012
Reeditado em 07/12/2012
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