no cantar da passarada que o poeta eternizou
A Asa Branca em revoada,
O retirante lembrou,
Assim dizia a toada,
que o poeta cantou.
No sertão do Gonzaga
a natureza encantou:
Pela voz da passarada,
Que o poeta eternizou.
O Assum preto pra cantar
em um gorjeio melhor,
Teve seus olhos fechados
sem ter pena e sem ter dó,
assim dizia o baião,
que tocava em tom maior:
Pela voz da passarada,
Que o poeta eternizou.
Do cantar das aves do sertão,
Luiz cantou como ninguém,
Do cantar das patativas
A cantiga do “ Vem-vem”.
Humberto teixera e Zé Dantas
O maior compositor:
Pela voz da passarada,
Que o poeta eternizou.
O acauã ao cantar,
fazia anunciação,
da seca implacável,
que se abatia no sertão,
assim dizia o cantor
em seu famoso baião:
Pela voz da passarada,
Que o poeta eternizou.
O Fogo-pagou, foi Exaltado,
Por seu canto de lamento,
Num baião gonzagueado,
Em mais um belo momento,
Com a natureza cantada,
Que o povo aclamou,
Pela voz da passarada,
Que o poeta eternizou
Teve aquela da Rolinha
Que o menino matou,
arribaçãs, e andorinhas,
tantas ele cantou,
tantas foram cantadas
com muito talento e amor,
Pela voz da passarada,
Que o poeta eternizou.