A República Está Doente

A república está doente,

Triste é seu padecer,

Nesse balcão de negócio;

Que vende até parecer.

Lá quem manda o freguês,

Para vender tem de tudo,

Basta falar com a Rose,

Já que o poder está mudo.

A amiga faz-de-tudo;

De tudo mesmo fazia,

Basta lhe dá um presente,

Para lhe deixar contente,

Que como gata ela mia.

Deslumbrava o presidente,

Que é homem cordial;

Estava sempre por cima,

Mas não devo fazer rima,

Porque posso me dá mal.

A república está doente,

Não é do pé nem da mão.

O caso é mais complicado,

Pois já chegou no pulmão.

Mas não é digno de prosa.

É coisa contagiosa:

A tal de corrupção.

A madame carinhosa,

“Atendia” ao presidente.

Pedindo ele tudo dava;

Não lhe faltava presente.

Mas se ela também dava

Isso apenas se pressente.

Valei-me Joaquim Barbosa!

Vem expulsar a vergonha.

Até um tal de Zé Claudio,

Dessa família Noronha,

Se infiltrou no BB,

Graças à mulher risonha.

Mal termina o mensalão,

Monta-se outra quadrilha,

Para empregar ex-marido,

Os companheiros e a filha.

Foi chefe de gabinete,

Mas lula nada sabia.

Pois ela apenas pedia,

E ele nada negava.

E sendo um sujeito esperto,

Com ela ganhava crédito,

Que depois ele cobrava.

O poder foi assaltado,

A república está doente,

Mas povo está alegre,

E o governo contente.

Que chamem o procurador,

Para dar seu parecer:

Dizer que tudo está certo!

Que o mundo é do esperto;

Ninguém precisa sofrer.

A chefe de gabinete,

Também era da quadrilha;

Mas diz que é mulher séria,

Que nunca saiu da trilha.

E duvidar não se pode,

Pois ela tem santo forte:

Amiga do presidente;

Rosemary sorindente,

Não temia nem a morte.

Termino com um abraço

Lá pro seu Luiz Inácio,

Pra lamentar o fracasso,

Do poder que ficou lasso.

Cajarana
Enviado por Cajarana em 30/11/2012
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