Filhos Perdidos
Sou filho da rua
Nascido em lixeira
Quando me olhas
Só vês a cadeia
Sou filho das putas,
Do teu vitupério
Quando me olhas
Vês o cemitério
Sou filho do medo
Da sociedade
Quando me olhas
Só vês a maldade
Sou filho do lixo
Jogado no mundo
Quando me olhas
Vês um vagabundo
Sou filho das ruas
Não uso perfume
E quando me cheiras
Te cheiro a estrume
Sou filho da sede
Cruel da ganância
Quando me olhas
É com ignorância
Sou filho de Deus
Mas sou mal nascido
Por isso minha voz
Fere os teus ouvidos
Sou fera ferida
Pra sempre acuada
E quando me olhas
O que vês é nada
Sou filho dos vícios
Desta sociedade
Sou o teu bastardo
De todas idades..
Salvador, 23 de novembro de 2012