Decapitando o Bilau
Padre Bento era
Devoto de santa Inês
Virgem para ficar intacta
E não burlar as leis
Preferiu a decapitação
A perder a virgindade
Tornando-se símbolo
De pureza e santidade
Apesar de devoto, Bento
Não queria a cabeça perder
Mas isto era que estava
Preste a acontecer
Uma bela devota
Coxuda adolescente
Um ser pecaminoso
Um diabólico presente
O vigário estava sempre disposto
A enfrentar os seus demônios
Era o que corria no seu sangue
Os fervorosos hormônios
Talvez fosse mais fácil
Umas alfaces mastigar
Do que chicotear as costas
O sobre milho se ajoelhar
Mas, um dia o Diabo
Decidiu atacar de frente
Bateu na porta da igreja
A feromônica adolescente
Dizendo que precisava urgente
Ao padre se confessar
O vigário mesmo na defensiva
Pois a virgem para entrar
No interior da igreja
Não se ouviu um ruído
Mas, não mais que de repente
Estrondou um agudo grito
Todos ficaram chocados
Com aquele flagrante
A virgem aflita saindo da igreja
Com o vente em sangue
O povo partiu para a igreja
Para fazer o obvio
Iriam com paus e pedras
Vingar-se do padre pedófilo
Mas ao darem de cara com o vigário
Ficaram estagnados
Vendo-lhe sobre uma poça de sangue
Com o pênis decepado
O padre fez o que fez
Como um bom devoto
Perdeu a cabeça
Mas não perdeu os votos
E para vencer o desejo
E ser fiel à castidade
Preferiu a decapitação
E seguir a cristandade.