ALGODÃO.

Sempre que o sol em todo ceu

Brilha no campo o seu clarão

Na roça limpa branca e macia

Vingam capuchos em cada pendão

O calor aquece o alvo plantio

Que brilha no branco do algodão.

No frio inverno sem lua sem cor

Janelas fechadas na escuridão

O corpo se encolhe quieto no leito

A prenda se aninha em lassidão

Se cobre se enrola e se aquece

Em mantas macias de algodão.

Lá vem a tarde de luz

Feita em verso e canção

No giro do gira-sol

Formando na imensidão

Bichos de todas as formas

Em nuvens de algodão.

Depois tão juntos e tão ligados

Almas unidas ao coração

Celebram alegres suas jornadas

Vidas atadas em comunhão

Com felicidades assim comemoram

Suas bodas de algodão.

A infância, que pena passou

Quem dera voltar pra ela fosse

Eu correria de novo inocente

Com a certeza que nada acabou-se

Eu me fartaria na bacia de açúcar

Comendo papuchos de algodão doce.

O tempo passou eu não vi

Fiquei só com a recordação

Dos algodões que eu vivi

Mais eu não faço questão

De trazê-los em minha cabeça

Os cabelos de algodão.

Ebenézer Lopes
Enviado por Ebenézer Lopes em 13/11/2012
Código do texto: T3984307
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