HÁ SE VOLTASSE ESSE TEMPO!

Fico sempre meditando,
No rumo que está tomando,
Aqui nesse mundo insano,
Que só se ouve lamentos,
Longe do bem e da fartura,
Que não se ouvia loucura,
E qualquer mal tinha cura,
Há se voltasse esse tempo!

Homens eram verdadeiros,
Fosse vassalo ou vaqueiro,
Sendo pobre ou fazendeiro,
Sem jogar palavras ao vento,
Tempo do olho por olho,
Que os cabeças de repolho,
Não punham colher no molho,
Há se voltasse esse tempo!

Das mulheres de verdade,
Que não tinham falsidades,
Que todos na irmandade,
Garantiam o seu sustento,
Dos filhos que obedeciam,
O que os seus pais queriam,
Se contra nem discutiam,
Há se voltasse esse tempo!

Pois La tudo era diferente,
Malandro aprendia ser gente,
Sendo como antigamente,
Poupava-se dos tormentos,
Sem ter crianças nas ruas,
Nem mulher andando nua,
Disfarçadas tais peruas,
Há se voltasse esse tempo!

Onde o trabalho era o hobi,
Não a coisa de quem pode,
Aonde um fio do bigode,
Era um grande documento,
Nas missas se dizia amém,
Não se enganava ninguém,
Quer fosse um só vintém,
Há se voltasse esse tempo!

Do tempo do cavaquinho,
Que ainda tinha padrinho,
Não desse povo mesquinho,
Nem dos cabeças de vento,
Aonde o trabalhador,
Era honesto sim senhor,
Pra ganhar dava o suor,
Há se voltasse esse tempo!

Dava-se mais valor a vida,
As famílias eram unidas,
E todos tinham suas lidas,
De homens não avarentos,
Não existiam favelados,
Em cortiços enfurnados,
Não se mandava recados,
Há se voltasse esse tempo!

De quando a água da mina,
Eram mais gostosa e fina,
Em que Marias e Cristinas,
Sonhava com casamento,
Noivos eram respeitador,
Criam somente no amor,
Mas hoje a coisa mudou,
Há se voltasse esse tempo!

Tempo de paz e harmonia,
Fosse a qualquer freguesia,
Sem tantas burocracias,
O amor bailava ao vento,
Que a vida era prazerosa,
E muita mulher formosa,
A vida era um mar de rosas,
Há se voltasse esse tempo!

Quase em nenhum lugar,
Via-se alguém reclamar,
Das loucuras que hoje está,
Parece até juramentos,
Mulher não mostrava umbigo,
O povo eram tudo amigos,
Não se falava em perigo,
Há se voltasse esse tempo!

Em qualquer repartição,
Pena e tinta estava à mão,
Tinha bem menos ladrão,
Comendo nosso provento,
Quem mexesse no alheio,
Largava o couro no reio,
Cabra tinha mais receio,
Há se voltasse esse tempo!

Onde não tinha televisão,
Vinil era a assombração,
Vitrolas tocadas à mão,
Condução era jumento,
Não se viam choradeiras,
Doutores eram parteiras,
Mulher parindo em fileiras,
Há se voltasse esse tempo!

Do melado e rapadura,
E ninguém tinha frescura,
A comida era mais pura,
Não tinha pinto gouguento,
Menino não tinha manha,
Nem se mentia em barganha,
Brabo não cometia façanha,
Há se voltasse esse tempo!

Que as leis se observava,
E o povo se respeitava,
Que pai e mãe não chorava,
Como estão nesse momento,
Pro malandro o que sobrava,
Era borracha das bravas,
Em drogas ninguém falava,
Há se voltasse esse tempo!

De homem mais consciente,
Dedicados e competentes,
Que usavam suas mentes,
Não pra seguir seu intento,
Pensavam no bem comum,
Que fosse apenas só um,
Ninguém inventava jejum,
Há se voltasse esse tempo!

Guines Buck não havia,
Pra se ter tanta euforia,
E essa enorme correria,
Não soprava feito vento,
Hoje o mundo está mudado,
Pois tudo isso é passado,
Dizem tantos assustados,
Há se voltasse esse tempo!

Cosme B Araujo.
10/11/2012.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 11/11/2012
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