A SECA
Nordeste morrendo o gado
A seca está castigando
A água bastante minguada
O sertão está resmungando
Políticos inconformados,
Com o nordeste chorando.
A palma está morrendo
O solo seco rachado
A água desaparecendo
Criação no poço atolado
O peixe sobrevivendo,
No pote do proprietário.
A fauna se extinguindo
A flora toda queimada
Lânguido o cão latindo
O dono desesperado
O peito desmilinguindo
Lassidão alma extravasado.
O nordestino é um guerreiro
A seca não lhe assusta
Da região é um pioneiro
Sobrevive com astúcia
Defende o seu terreiro
Nem que a vida lhe custa.