Grito sertanejo
Nas noites de noites sem lua
Nos dias de sol sem canção
Escuta-se o grito ladino
De horror, morte e paixão
Tudo é inferno na terra
Dos olhos a triste canção
Não tenho senhor a força
Da moça de roda e sertão
Morreu de morte matada
Morreu por amor e paixão
Traiu a jura jurada
Seu corpo jaz no sertão
Nos tempos de tenra idade
De boneca a boneca a brincar
A promessa se fez necessária
A mão da cabocla a pulsar
Se foi o fim pequenino
O fim que deixou separar
Te peço senhor meu menino
Perdoe a promessa a quebrar
Agora aqui nessa cela
O mundo um quadrado azular
Na noite o grito me acorda
Não durmo, definho a pensar
Matei sem dó nem pesar
Furei com força e paixão
Sangrei a pobre menina
Na noite escura do sertão