LAMENTO NORDESTINO
"Enquanto eles se locupletam e enriquecem com os lucros do mensalão, a seca avança em nosso Nordeste e tira do nosso povo os sonhos, a dignidade e até mesmo o pão!" Abaixo a corrupção! (mariamaria)
O solo seco... Rachado,
A chuva que não chegou,
A água que não mais brota
Da fonte que a gerou.
Os rios contaminados,
Queimadas... Devastação
E os animais morrendo,
Pois falta alimentação.
Nordestino forte e bravo,
Que luta! Que sofrimento!
Sem ter recursos sequer
Para comprar o sustento.
Ele olha para o céu
Mandando uma mensagem,
Pedindo que a chuva venha
E acabe com a estiagem.
Entretanto, a natureza,
De tanto ser agredida
Transforma-se em sequidão,
Perde sua própria vida.
E o guerreiro da roça
Parte e deixa para trás,
Seus sonhos e uma vida
Que ele não suporta mais.
Coração dilacerado,
Quase vencido, descrente,
Com fome, descamisado,
Transformado em indigente.
Ele tem filhos, mulher,
Mas tem que seguir sozinho
Vai procurar outra estrada,
Para abrir novo caminho.
Dá pena ver que o Brasil
Tão grande, tão altaneiro,
Não encontra solução
Pro seu filho brasileiro.
Falta fé, falta vontade,
Ele tem que viver assim
E ainda tem que votar,
Em uma gente ruim
Que não está nem aí
Para a seca do sertão
Porque para marajás
Nunca faltam leite e pão!
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Maria do Socorro Domingos dos Santos Silva
João Pessoa, 04/11/2012,