DOCES É COM O CONFEITEIRO

MARTELO AGALOPADO.

A liberdade é insípida,

Mas alardeia valores,

Parece uma velocista,

Enfeitiçada de cores,

Não se faz tão alcançável,

E nos provoca dissabores,

E sendo assim aprendi,

Não buscar tantos louvores,

Me basta o livre arbítrio,

Que me safa dos horrores.

Canta o galo no terreiro,

Reza a missa o vigário,

Doces é com o confeiteiro,

Confusão com o salafrário,

Honestidade é com poucos,

Ladrões tem pra todo lado,

Mulher bonita e festeira,

Esta cai no meu agrado,

Por isto o meu paradeiro,

É nas festas animadas.

Liberto minha caneta,

Ela escreve a deriva,

Falando das raparigas,

Das nossas damas também,

A mesma coisa elas tem,

Ali entre o vão das pernas,

Seja quenga ou moderna,

Fico com a que me convém,

Dependo da estratégia,

Do amante sem ninguém.

Neste domingo cinzento,

Deixo aqui a minha marca,

Não é queixa nem lamento,

Tão somente um desabafo,

No sudeste chove tanto,

No sertão a chuva é escassa,

Ó senhor tenha piedade,

E mande por caridade,

Água pros cantos que falta,

Zerando as calamidades.

Bate a chuva no telhado,

Aguça as minhas retinas,

Olho a serra aqui do lado,

Me lembro de Ararripina,

A muito tempo não chove,

Que horrenda é esta sina,

Se Deus quiser isto muda,

E se encherão as cacimbas,

E as moças de fino trato,

Serão mais lindas ainda.

Aceitem os cumprimentos,

Deste filho desgarrado,

Que vive neste momento,

No sudeste, e atarefado,

Fazendo reforma e versos,

Acompanhando o progresso,

Deste sertão desbravado,

Que mesmo como esta seca,

A sua gente é mais direita,

Suas mulheres encantadas.

Converte amor em poema,

Dar vida ao inanimado,

Já fazem desde pequenas,

Tem bom senso exacerbado,

Nunca feriram a ninguém,

Vivem praticando o bem,

Sem manchas no seu passado,

São assim estas criaturas,

Que por vezes inseguras,

Querem alguém ao seu lado.

(Miguel Jacó)

22/10/2012 08:18 - Jacó Filho

Por ter vivido de perto,

Tudo que vós descrevestes,

Afirmo que estais certo,

Por isso, me comovestes...

Nascestes em lugar deserto,

E sei que não escolhestes...

Vos chamam cabra da peste,

E afirmo que merecestes,

Pois viestes pro sudeste,

E como um bravo, vencestes...

Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...

Para o texto: DOCES É COM O CONFEITEIRO (T3943018)

Muito obrigado nobre poeta Jacó Filho, por me contemplar com estes renomados versos que lustram a minha pacata composição poética.

23/10/2012 00:48 - cavaleiros do apocalipse

Esse caba fala bem

Disso posso elogiar

Num é nenhum presepeiro

Isso posso afirmar

Ele fala bem maneiro

Sem papas na língua,todo faceiro

Ninguém ouse duvidar

Falar doce é com o confeiteiro

Que fica pra lá e pra cá

Eita! Muito legal, Miguel! Abraços dos cavaleiros! Dito!

Para o texto: DOCES É COM O CONFEITEIRO (T3943018)

Muito obrigado caro poeta por esta exímia interação, aos meus pacatos versos.

23/10/2012 21:04 - Aglaure Corrêa Martins

Aqui tem boa leitura

mestre que versa cordel

prende toda criatura

como abelha no mel

fala do nosso sertão

que soa como canção

da viola do menestrel.

Ao poeta cantador

fico de pé e aplaudo

lhe saúdo com louvor.

Parabéns, Miguel Jacó, sou fã do cordel e agora desse cordelista. Abraço. Grata por tua visita.

Para o texto: DOCES É COM O CONFEITEIRO (T3943018)

Muito obrigado Aglaure por esta sua excelente interação, aos meus pacatos versos.

Pedro Galuchi

Um cordel mais que bonito

Cada verso mais bem dito

Caprichoso na receita

Poesia sai bem feita

Interage outro Jacó

De Araripina também

Junto os dois, tenha dó

Só posso dar nota cem

Abraços paulistanos, Pedro.

Muito Obrigado pedro, por esta primorosa interação, aos meus pacatos versos, u grande abraço, MJ.