Banda Iekuana - Um Movimento Espinha de Peixe
Fazer arte no Brasil
Não é moleza não senhor
E a coisa fica mais braba
Quando o assunto é rock n’roll
Por causa do preconceito
Que ainda há. (Não tem jeito)
E acaba tocando horror
Ainda bem que é teimosa
A Iekuana (E danada!)
Pois vive fazendo arte
No meio da longa estrada
Enriquecendo as culturas
Com aquele som nas alturas
Que agita até alma penada
Com uma linha flexível
No ritmo trabalhado
Vão do reggae ao hip-hop
Metal extremo rachado
Boa porção de Nordeste
Agressivo metal trash
E um belo rap marcado
Na música roraimense
São exemplo sim senhor
De como fazer “barulho”
Mostrando do povo a dor
Marcando força e atitude
Que às vezes parece rude
Mas que merece louvor
Cantando a voz de seu povo
E as injustiças da terra
Assim num estilo linha dura
Como quem vai para a guerra
“Cospem” a vida nua e crua
Chamando os jovens pra rua:
- Dignidade à janela!
Dignidade pro povo
Pra quem trabalha, batalha
Pra quem sustenta seus filhos
Entre desvios de bala
Pra quem acorda mais cedo
Só pra rezar (E por medo!)
De esbarrar com navalha
Eles disseram, outro dia
Numa conversa animada
”Temos os nossos talentos
E a fórmula foi lançada:
Falamos o que pensamos
Da forma que acreditamos
Do nosso jeito. Mais nada!”
Bem mais que um movimento
São meio espinhas de peixe
É o que se fala nas ruas
E quem quiser que se queixe
Da forma que eles acharam
E o espaço que conquistaram
Luzindo que nem um feixe
O trabalho dos meninos
É bonito pra danar
Como badalo de sino
Que o vento leva no ar
Parece missão de vida
Expondo toda ferida
Que é pra doença curar
Formada por um autônomo
Um professor e um bancário
Um taxista animado
E por um comerciário
É que a Banda Iekuana
Faz um trabalho bacana
Contra corrupto “otário”
Stallyn Buckley, o letrista
Mergulha em realidade
E escreve músicas duras
Por conta da impunidade
Que vem mastigando a vida
E a esperança bendita
Matando a sociedade
Cantando alto, expressam
A voz da indignação
Falando sobre os efeitos
Que causa a corrupção:
A violência, a miséria
Tudo o que há de mazela
Fome e prostituição
Lá vem Jamil e o Dant
O Rhayder (Que é professor)
Vem Avinashi e Stallyn
(Alguém de longe gritou)
- Agora a coisa tá quente
E o sistema que aguente
Que a Iekuana chegou!
E a esses bravos guerreiros
De guitarras afiadas
De pedais envenenados
De voz ardente, rasgada
Que firmo minha homenagem
Pedindo à sorte passagem
Para essa Banda arretada
- Salve salve, Iekuana!
- Fim -
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(Inspirado na matéria exibida no jornal Folha de Boa Vista “Iekuana – Uma banda de atitude!-Por Zanny Adairalba” http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=64099)
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NOTA: A Banda Iekuana surgiu em 2005, no bairro 13 de Setembro, periferia de Roraima. É formada por músicos nascidos e criados no
bairro sendo reconhecida como um dos grupos musicais mais relevan
tes da história cultural do Estado.