AO VER POBREZA E MISÉRIA, ANDAR SEMPRE DE MÃOS DADAS.( cordel mote-40 ).
Meu caro amigo e leitor,
Pode até não concordar,
Mas vai ver muita verdade,
Quando esse texto explorar,
São ponderações sinceras,
Mas quase que inesplicadas,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Os pobres vivem no mundo,
Sonhando em ser alguém,
Mas sua sorte mesquinha,
O leva sempre ao desdém,
Levam uma vida de espera,
Sem ter a sorte alterada,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Angústias e desalentos,
Ronda o pobre dia a dia,
Parece até ser agourento,
Todo caminho que trilha,
Então constrói a tapera,
Nas áreas mais rejeitadas,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
O rico esbanja em sobras,
Por todos é respeitado,
Não se farta em cororobas,
A que o pobre é forçado,
Por isso se desespera,
Por ter vida atribulada,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Não dá pra viver sorrindo,
Passando necessidade,
O pobre ver-se sumindo,
Fora das oportunidades,
Às vezes até pondera,
No trafegar sua estrada,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Quando se acha sortudo,
Inventa a sorte arriscar,
Assim se apega em tudo,
Pra seu quinhão aumentar,
Mas quando ver que já era,
As chances desperdiçadas,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Pobre vive de teimoso,
Já estou cansado de ouvir,
Se esquivar-se é medroso,
Com medo de prosseguir,
E assim morre na espera,
De sucessos nas jornadas,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Parece que viver sofrendo,
É para o pobre um dever,
Pois até mesmo nascendo,
O pobre sofre sem querer,
Solta o grito quem me dera,
Ter horrenda hora mudada,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Seja em campo ou cidade,
O pobre sempre é igual,
Convive com a necessidade,
Acostuma-se a passar mal,
Pobre não tem primavera,
Nem com mega acumulada,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Milhares de miseráveis,
Vivem a migalhas de pão,
Em pobrezas imensuráveis,
Tem por riquezas o lixão,
Mostram-se nas novelas,
E pesquisas confirmadas,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Não sei quem fez a pobreza,
Pra de muitos se apossar,
Mas eu sei que a natureza,
Tem muitas lições a dar,
A qualquer que se esmera,
Em vencer sua empreitada,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Tenho visto os exemplos,
Desde o tempo de menino,
Que sempre há o momento,
De ter-se o auxilio divino,
Entendo que nessa esfera,
Muitos têm opinião formada,
Ver que pobreza e miséria,
Anda sempre de mãos dada.
Não sei se você me entende,
Em linguagem e alegoria,
Mas se entender se rende,
Com as lições do dia a dia,
Por que tempo bom já era,
Essa é a resposta acertada,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
E você que acabou de ler,
Já entendeu a mensagem,
Ser pobre não é defeito,
Só precisa ter coragem,
Não pode ouvir a galera,
Que às vezes está errada,
Ao ver pobreza e miséria,
Andar sempre de mãos dada.
Cosme B Araujo.
06/10/2012.