BRASI DE RIBA E BRASI DE BAXO

Eu aqui in meu barraco

Comecei a remuê

Procurano ispricação

Qui pudesse comprender,

Uma coisa qui vem de muito

E quanto mai se mexe no assunto,

Meno se pode entender

A disiguadade sóciá

Cuma fala esses letrado

Qui pra gente narfabeta

É falar cum quem isfrega

Sebo in venta de gato!

É uns cum tanto, ôtos sem nada

Uns cum fome, ôtos goifano

E assim vai ano pós ano

Já vi qui tamo é lascado!

Adispoi de matutar

Só aqui cum meus Butão

Eu cheguei a concrusão

Quém fez o Brasi é o curpado

Esse ta Pedo Alve Cabrá

Só pá provar qui é maxo,

Foi quem selou nossa sina

Pruquê fez o Brasi de cima

E fez o Brasi de baxo

Brasi de cima é muito rico

Tem fartura e alegria

Já o Brasi de baxo é pobe

De tão pobe é misarave

só tem mermo a luz do dia

Brasi de cima é o paraíso

A donde viveu adão

Tem fartura e opulença

Tem xiqueza e tem fulia

Já o Brasi de baxo é fraco

É só fome, doença e cançaço

Choradêra e agonia

Brasi de cima é potença

Tem cartaz e posição

Brasi de baxo, cuitado

É terra de agregado

Mulambento e pé no chão!

Brasi de cima é o orguio

Dos fios inrriquicido

Brasi de baxo é a vergonha

Do coitado do ixcruído

Brasi de cima tem potença

Tem o que comemorar

Brasi de baxo, só tem

Motivo pra se quexá!

Brasi de cima é dos ricos

Brasi de baxo é dos pobe

No Brasi de cima se vive

No Brasi de baxo se fode

Poeta J Pinheiro
Enviado por Poeta J Pinheiro em 07/10/2012
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