Sertão, ser "tão" do meu Brasil!
Ser "tão" nós o quanto tudo
Que vive nesse sertão
Distante lá das fronteiras
É mais viril esse chão
Por redoma natural
Distante do litoral
É apurada em ação
Parece até outro mundo
Que fervendo em cultura
Tem essa em si preservada
Um povo de raça pura
Que lutando com a natureza
Cresce nos dois a nobreza
Uma noutra se mistura
A geografia mostra
A craubeira dá sinais
De homens, mulheres, meninos
Que na terra planta bem mais
E colhem dali mais que fruto
Pra lutar se torna um bruto
Mas se faz doce e com paz
Tudo aqui é diferente
Das coisas que tem por lá
É um jeito que agente
Aprendeu sem ensinar
Do nascer ao seu ocaso
O sol da o seu recado
Pra agente se animar
Se nos dá sinal de chuva
São vidas que vão nascer
Mas se não chove esse ano
Não é coisa pra nós morrer
Dá assim uma certa coragem
Pra no meio da estiagem
Tudo aqui prevalecer
Eita povo véi danado
Como é que pode viver
Nessa sina animado
Faz forró, verso sem ver
Parace até uma ostra
Um coisa puxa outra
Se não tem, inventa e crer
Sim a fé mais uma força
Entre tantas que aqui tem
Não faz das maledicências
Esse povo ser refém
Mas com tudo faz uma reza
Sertanejo que se preza
É grato ao pouco que tem
O sertanejo é ET
De terra que nunca viu
Homem e chão se entreter
Comungando no plantio
Barro em vida se comprime
Num bioma tão sublime
Esse ser "tão" do meu Brasil