Sertão, ser "tão" do meu Brasil!

Ser "tão" nós o quanto tudo

Que vive nesse sertão

Distante lá das fronteiras

É mais viril esse chão

Por redoma natural

Distante do litoral

É apurada em ação

Parece até outro mundo

Que fervendo em cultura

Tem essa em si preservada

Um povo de raça pura

Que lutando com a natureza

Cresce nos dois a nobreza

Uma noutra se mistura

A geografia mostra

A craubeira dá sinais

De homens, mulheres, meninos

Que na terra planta bem mais

E colhem dali mais que fruto

Pra lutar se torna um bruto

Mas se faz doce e com paz

Tudo aqui é diferente

Das coisas que tem por lá

É um jeito que agente

Aprendeu sem ensinar

Do nascer ao seu ocaso

O sol da o seu recado

Pra agente se animar

Se nos dá sinal de chuva

São vidas que vão nascer

Mas se não chove esse ano

Não é coisa pra nós morrer

Dá assim uma certa coragem

Pra no meio da estiagem

Tudo aqui prevalecer

Eita povo véi danado

Como é que pode viver

Nessa sina animado

Faz forró, verso sem ver

Parace até uma ostra

Um coisa puxa outra

Se não tem, inventa e crer

Sim a fé mais uma força

Entre tantas que aqui tem

Não faz das maledicências

Esse povo ser refém

Mas com tudo faz uma reza

Sertanejo que se preza

É grato ao pouco que tem

O sertanejo é ET

De terra que nunca viu

Homem e chão se entreter

Comungando no plantio

Barro em vida se comprime

Num bioma tão sublime

Esse ser "tão" do meu Brasil

Parcélio
Enviado por Parcélio em 05/10/2012
Reeditado em 09/10/2012
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