O DRAMA DE DORALICE.

Doralice era uma menina,

Esperta e inteligente,

Não conhecia tristeza,

Sempre vivia contente,

Com oito anos de idade,

Sofreu uma fatalidade,

Em um grave acidente.

Não conheceu pai e mãe,

Era Criada por adoção,

Por uma certa família,

Na cidade de Consolação,

Na casa de dona Elvira,

Que tinha mais duas filhas,

Casada com seu Romão.

Doralice um certo dia,

Ia a caminho da escola,

Montando uma bicicleta,

E na garupa uma sacola,

Com todo seu material,

Quando atingida a final,

Por uma motocicleta.

Nesse terrível acidente,

De proporção a normal,

Ficou no chão estendida,

Causando alvoroço total,

Tendo ali a sorte inserta,

Fraturando duas vértebras,

De sua coluna servical.

O motociclista Foi embora,

Nem parou pra socorrer,

Enquanto que Doralice,

Inerte sem se mover,

Seu corpo todo doía,

Suas pernas não movia,

Começa ai seu sofrer.

Menina cheia de vida,

Com apenas oito anos,

Ficando paraplégica,

Vejam o destino insano,

E aquela doce menina,

Foi conviver com a sina,

De sobreviver vegetando.

As filhas de dona Elvira,

De Dora tinham ciúme,

Escondiam seus sapatos,

Derramavam seu perfume,

Que a Doralice coitada,

Vivia sempre humilhada,

Porém não tinha queixume.

No processo de adoção,

Doralice foi legitimada,

Jovem e tão cheia de vida,

Mas porem paralisada,

E os anos foram passando,

Foi em moça se tornando,

Seguindo a sua jornada.

Doralice tinha um sonho,

De estudar medicina,

Terminou o ensino médio,

A sonhadora menina,

Fez o vestibular passou,

E pelo governo entrou,

Numa federal de Minas.

Entrou para a faculdade,

E seu curso terminou,

Já com vinte e cinco anos,

Em médica se tornou,

E deu a volta por cima,

Aquela linda menina,

Demonstrou o seu valor.

Esse pequeno relato,

Traz-nos uma grande lição,

De que aqui nesse mundo,

Todos nós temos quinhão,

Só não pode desanimar,

De a seus sonhos buscar,

Inda que todos digam não.

Com toda força e garra,

Não se deixou abater,

Correu atrás de seu sonho,

E sua a vontade fez valer,

Isso nos serve de exemplo,

Não é qualquer contratempo,

Que abata quem quer vencer.

Cosme B Araujo.

30/09/2012.