SALADA DE FRUTAS EM CORDEL
Pra escrever esses versos
Que para alguns não têm nexos
E pra outros tem história
Eu só quero relatar
Os frutos do ceará
Que eu guardei na memória
São frutos que degustei
Nos meus tempos de criança
Fazem parte das lembranças
Que ainda tenho guardadas...
São fragmentos de minha vida
Sofrida, jamais esquecida
E muito pelo contrário,
Não são espinhos, são bálsamos
De minhas eternas feridas
Os frutos de minha terra
São quase que peculiar
Pois não os vejo por cá
são verdadeiros manjar
O ariticum, o jatobá...
E cujas boas sementes
Bem duras e resistentes
Muito boas pra plantar
No sítio onde eu morava
Com frondosos pés de manga
Cajarana e pitomba
Não dava nem pra contar...
Tinha cajá e mutamba
O trapiá e a zamba
Ameixa, coco e pitangas,
Me lambo só em pensar
As goiabeiras eram tantas
Imensa a sua safra
Tinham alguns pés de jaca
E pertinho da cacimba
Tinha alguns pés de toré
Umas dez moitas de cana
Daquele tipo caiana
Rasteira iguais a rama,
De peroba, uns doze pés
Sei que alguns desses frutos
Muita gente não conhece
Mas, quem é de lá não esquece
E gostaram do que escrevi...
Sei que os fiz recordar
Dos seus tempos de criança
De toda aquela bonança
Na infância que vivi
Hoje quando vou em uma feira
Supermercado ou venda
A minha mente se lembra
Daquela época passada...
A minha vista vagueia
Por cestos, caixas e tabuleiros
Só aguçando o seu cheiro
Minha boca enche dágua
Esses versos tão saudosos
Finalizo por aqui
Só queria relembrar
Do pomar onde nasci...
Oasis do meu ceará
Terra santa do meu Padim
Juazeiro santuário
De penitentes e operários
O lugar onde cresci
Poeta J. Pinheiro
Do seu Livro "Meus versos, minha vida"