NA TRAJETORIA DA VIDA-04
Decifrando a trajetória,
Que vivemos nesse mundo,
Cada homem a escreve,
Sendo alegre ou moribundo,
E não se apaga o rascunho,
Descrita de próprio punho,
Quer seja rico ou vagabundo.
Cada um de nós caminha,
Para inúmeras direções,
Todo homem tem um preço,
Seja de sonhos ou paixões,
De olho no fim da linha,
Até a morte mesquinha,
Der cabo às vãs ilusões.
No transe dessa jornada,
Cheia de tantos mistérios,
Vivemos de incertezas,
Isso não tem Lero, Lero,
Não tem pra onde fugir,
Mas todos que vivem aqui,
Tem por prêmio o cemitério.
Feitos de altos e baixos,
Esses infindos caminhos,
Que o ser vivente aqui,
Tem que enfrentar sozinho,
Outros não podem trilhar,
Por onde eu devo passar,
Sejam de flores ou espinhos.
É certo que muitas vezes,
Temos a oportunidade,
De fazer nossas escolhas,
Em loucuras ou idoneidade,
Dependendo do momento,
Para a dor e o sofrimento,
Ninguém tem imunidade.
Sabem todos nesse mundo,
Que o mal é um anfitrião,
Oferece os seus banquetes,
Quer aceitemos ou não,
E todos os desapercebidos,
São pelos enganos atraídos,
Colhem a própria perdição.
Foi desse jeito que Caim,
Deixou-se ser enredado,
Até que não pode mais,
Deixar sem ser revelado,
Então de forma cruel,
Matou seu irmão Abel,
E consumou seu pecado.
Todos nós que aqui vivemos,
Estamos em campo minado,
Todo cheio de armadilhas,
Em um combate acirrado,
Pois todos aqui nesta terra,
São soldados nessa guerra,
Ninguém luta pros dois lados.
Sabendo de nossa luta,
Contendem dois generais,
No campo da consciência,
Onde a batalha se faz,
Mal e bem trava a batalha,
Mas não pode haver falha,
Entre espírito e as carnais.
O prêmio será daquele,
Quem puder vencer a luta,
É o que decide o destino,
Quem prevale na disputa,
O espírito sendo vencido,
Qualquer um está perdido,
Paga o prêmio com multa.
Por isso na caminhada,
Que empreendemos aqui,
Temos que escolher o lado,
Sem pensar em desistir,
Com o direito de escolher,
Que prêmio quer receber,
Só nós podemos decidir.
Porém a escolha é nossa,
Ninguém pode interferir,
Pode escolher mal ou bem,
Em nosso percurso aqui,
Pois em nossa trajetória,
É um a página da história,
Que vivemos a construir.
Enquanto cai o orvalho,
Sobre a relva nas campinas,
O ser humano insensato,
Vai cumprindo a sua sina,
Pois se encontra confinado,
Em um mundo condenado,
Contornando as suas ruínas.
Embora muitos não saibam,
Ou nem queiram admitir,
Mas essa nossa trajetória,
Não se resume apenas aqui,
Ao que escolhe a bonança,
Convive com a esperança,
De uma terra no por vir.
Por ser incrível mistério,
Ninguém conhece o final,
Dessa nossa trajetória,
Qual é o prêmio afinal,
Quando o registro for visto,
Vale o que está escrito,
Sejam eles bem ou mal.
Todos os homens algum dia,
A lei terão que enfrentar,
As dos homens aqui na terra,
Se atrever-se a quebrantar,
E bem no fim dessa jornada,
Na última curva da estrada,
Vai com o juiz se encontrar.
A sentença estará pronta,
No maior dos tribunais,
Onde o dinheiro não compra,
Aos Juízes como aqui se faz,
Nele não precisa de policia,
Nem oficiais de justiça,
Ver-se os autos nada mais.
Ao ser lida a sentença,
Todos irão compreender,
Que será feita a justiça,
Pra todo o universo ver,
O réu que for condenado,
Entenderá que é culpado,
Pra sentença receber.
Por isso que cada homem,
Deve saber se comportar,
E nas curvas do caminho,
Nunca o carro emperrar,
Não tire os carros do trilho,
Pois basta apenas um vacilo,
Para o trem todo desandar.
A jornada nesse mundo,
Que aqui todos trilhamos,
É cheia de precipícios,
E de muitos escapamos,
Acreditem com certeza,
A vida é uma vela acesa,
Já quase se apagando.
Andar sempre vigilante,
É a receita mais indicada,
Pois cada dia que se passa,
É uma página arrancada,
Pois é assim nossa vida,
Cada um tem sua lida,
Seja curta ou prolongada.
É então no fim da linha,
Que se tem o resultado,
Nos relatórios descritos,
Por tudo que foi passado,
Abrem-se as solenidades,
Alguns serão celeridades,
Ao lado dos magistrados.
Mas o destino de muitos,
Será choro e desespero,
Em suas vidas errôneas,
De estranho conselheiro,
Clamam à frente do juiz,
Tão acabrunhado e infeliz,
Sendo do inferno herdeiro.
Cosme B Araujo.
28/09/2012