Padre Humberto Plummen, Um Profeta do Sertão
Eu começo esta história
De um padre do sertão,
Que deixou muita saudade
Lá dentro do coração
E hoje se faz revivido,
Por muito ter contribuído
Para a evangelização.
Em 28 de janeiro
Num lugar muito distante,
Nascia Gerardus Plummen
Já se via que era um amante
De Deus, da vida e do povo
E já vendo um mundo novo
Se tornou o nosso gigante.
No ano de 28
O mundo já conhecia,
O bebê que se tornou
Nosso padre e nosso guia.
Formador sempre presente
Na vida de muita gente
Sendo sua companhia.
Um lugar por nome Mheer
Era sua terra natal,
De uma família religiosa
Que ensinou não crer no mal.
Tinha grande paciência,
Demonstrou eficiência
No campo espiritual.
Desejou ardentemente
Servir ao povo excluído,
Buscou uma congregação
Que pudesse dar-lhe abrigo.
Decidiu por seu amor
Ser um passo do Redentor
Ao pobre em perigo.
No ano 49
Fez a sua profissão.
Missionário Redentorista
Se tornou por vocação
E a causa ele acolhia
Refazendo todo dia
Seus votos com precisão.
Na cidade de Wittem
Começou a estudar,
Mas no ano 53
Ele se pôs a viajar.
E fez do Brasil morada,
Era sua nova jornada
Que estava a enfrentar.
Terminou a teologia
Na cidade de Floresta,
Perto de Juiz de fora,
Se fez uma grande festa
Pra acolher com amor
Um filho do Redentor
Em que o povo atesta.
No ano 54
Houve a ordenação,
Junto com os Redentoristas
Fez sua consagração,
No seguinte ano veio
Ao Nordeste e no seu meio
Via-se a sua integração.
Foi um grande pregador
Da justiça social,
Pois ao povo ofertou
Sua ordenação sacerdotal,
Tinha sempre no seu visto
A face do nosso Cristo
Frente a um mundo banal.
Foi para Campina Grande
Com o coração de bondade,
Tomou conta de Galante
E fez de lá, a humanidade.
Dedicou-se por inteiro,
E tornou um mensageiro
Da paz e da igualdade.
Depois foi a Arcoverde
Transmitir sua mensagem,
Ficou até 59
Depois fez nova viagem
Pra prosseguir o recado
Que estava encarnado
Dentro da sua coragem.
E Garanhuns conheceu
Uma nova pregação.
Todos buscavam ajuda
Nos ditos da confissão.
Seu trabalho missionário
Se tornou grande cenário,
Um sinal de salvação.
Foi um grande professor;
Um padre sempre presente
Na alegria e no sofrer,
No clamor de sua gente.
Na assistência pastoral
Mostrou com sua moral
Quem era o menor carente.
Até o ano 61
O agreste meridional
Teve a benção de ter
No trabalho social,
O nosso padre Humberto,
Despojado e descoberto
Ao trabalho pastoral.
No ano 62
Foi estudar sociologia
Em Louvânia na Bélgica
Se aprofundou com alegria.
Se formou em 66,
Mas a formação dessa vez
Era pra o povo que padecia.
Voltando para o Nordeste
Com alta satisfação
Ministrou aula aos padres
Do Sagrado Coração,
Foi quando teve na mente
De fazer ousadamente
Uma grande fundação.
Fundou um instituto
Tendo em vista a Teologia,
Fez da evangelização
Sua própria pedagogia.
Cristo era a grande fonte,
Pedra viva deste monte
Que foi sua “moradia”.
O ITER foi um sonho
Pelo padre conquistado,
Grandes nomes por ali
já o tinham visitado.
Passou grande turbulência,
E nem mesmo a persistência
O impediu de ser fechado.
No ano de 89
Foi marcado o fechamento.
Mas padre Humberto já tinha
Fundado um departamento.
Por nome DEPA dado
Dirigiu este legado
Igualmente um mandamento.
Além de tudo isso
Assumiu grande importância,
Acolheu Santa Isabel
E a paróquia da Estância,
Com a sua formação
Deu extrema atenção
E carinho pra infância.
A Igreja do Nordeste
Sofrendo com suas dores,
Conheceu o padre Humberto
Na Pastoral dos pescadores.
A esta muito se dedicou
Que muitas vezes chamou:
“As pastorais são meus amores.”
No tempo da ditadura
Viu uma grande tirania,
Perseguido, procurado,
Sofreu grande agonia.
Mas sempre dizia ter
O Deus de amor e poder
Para lhe dar alegria.
Conheceu Dom Helder Câmara
E com ele fez caminhada,
Por onde se ouvia um grito
Ele tomava a estrada.
Foi um grande denunciante,
E o seu jeito apaixonante
Seduzia em disparada.
Concluída a ditadura,
Se fez a democracia.
Se findou a perseguição
E se refez a alegria.
Era o que esses 2 profetas,
Mostrando uma vez as metas,
Nos diziam todo dia.
Foi Vigário Episcopal
E o documento assessorou:
“Ouvi os Clamores do Meu Povo”,
Ao Nordeste propagou,
Por muitos anos seguidos
Atendeu aos excluídos
E a todos evangelizou.
Na nossa Vice-Província
Teve tanta afeição
Que foi Vice-Provincial
Aceitando com precisão.
Quase a década de oitenta
Já beirando a noventa
Fez com determinação.
No “Grito dos Excluídos”,
Foi uma forte presença,
Mas coincidentemente
Deus lhe deu sua sentença
Na véspera deste evento.
No pobre via-se o lamento
Em não mais pedir a ”bença”.
Aos seis de setembro
Sofre um edema pulmonar,
Do ano 2001
Junto do Pai foi morar.
Deixando grandes saudades
A cada um de seus confrades
Mostrou-se um padre exemplar.
Eu termino por aqui
Deixando grande emoção!
Pra falar de padre Humberto
Tem que vim do coração.
Concluo a história que narro
E por todos eu declaro:
ELE É UM PROFETA DO SERTÃO.