O fim do mundo está próximo.
O FIM DO MUNDO ESTÁ PRÓXIMO.
Poesia. Honorato Ribeiro.
Eleitor amigo, eu lhe peço
Que preste bem atenção
Vou narrar um grande fato
Dum mundo sem compaixão
O fim do mundo está próximo
Essa é a minha narração.
Profetas já predisseram
Que o mundo irá acabar
A ciência já aprovou
Bomba atômica acabar
Tudo isso já está predito
Que o mundo está pra findar.
Quando Cristo esteve aqui
Como homem Salvador
Ele afirmou com verdade
Que iria haver muito horror
Filho contra seu pai e mãe
Perderia seu pudor.
Esse mundo vai acabar
Não demora muito, não
Tudo já está acontecendo
Até a evangelização.
Que todos saibam a verdade
Pra ter a sua salvação.
O fim do mundo está próximo
Digo com afirmação
Pois o aborto criminoso
Teve toda a provação
As crianças inocentes
Não podem nascer mais não.
Quem gerou e quem deu à luz
Não planejou a sua vinda
A criança não pediu
Pra nascer sem ser querida
Quem dá a vida é só Deus
Ninguém pode ser retida.
Quem pode ter não quer ter
Aprende a limitação
Mas fizeram a mãe solteira
Ter o filho na exclusão
O pai pra manter o filho
Promotor dá a solução.
O pobre enche sua casa
Portinari já postou
Belo quadro à exposição
Da mulher que engravidou
Ela a mãe com muitos filhos
A realidade mostrou.
Homem se casa com homem
Essa lei já se aprovou
Mulher se casa com outra
Não sei se Deus delegou
Somente no fim do mundo
Que vão ouvir o clamor.
O sol já está aproximando
Da Terra cada vez mais
Tudo vai virá carvão
Não há chuva nos gerais.
Terremoto e maremoto
Morre gente e os animais.
O mundo está egoísta
O dólar é a solução
Todos correm atrás da bola
Na grande competição.
Moça virgem, só Maria
A honra virou tostão.
Gastam milhões pra ir à lua
E a Terra sem solução
Na saúde e moradia
E também na educação
O analfabetismo cresce
Assalto e prostituição.
Expulsaram Deus da escola
O professor é acuado
O salário de miséria
O sindicato bem bravo
Saem à rua multidão
E o saber sempre minguando.
A peste e a fome é geral
O trânsito virou a morte...
Quem viaja vai rezando
Se não morrer já é boa sorte.
Cara cheia de cachaça
E o povo no caixote.
Muita chuva lá pro Sul
No Nordeste a chuva é escassa
Gado morrendo à míngua
E as nuvens estão sem massa
O povo em procissão
Pedindo a Deus as graças.
O povo preso em suas casas
Cercada com segurança
Cachorro o guarda fiel
E o medo sem esperança
De liberdade e sossego
Com o dólar na poupança.
Mesmo assim são assaltados
Por assassino maldoso
As notícias dos jornais
Já assombram qualquer idoso.
A droga virou comida
E o tráfico é vergonhoso.
Sem cultura o povo sofre
Sofre o grande e o pequeno
Ninguém tem mais segurança
Nem branco louro e moreno
Tudo é droga até novela
Repete o mesmo veneno.
Essa é a “Torre de Babel”
Tudo virou confusão
Filho não respeita pai
A mãe virou contra mão.
O diálogo não existe
Não há mais a comunhão.
Até mesmo o cristianismo
Virou uma desarmonia
Cada qual cria uma igreja
Prega Cristo todo dia.
Mas os seus ensinamentos
Virou tudo fantasia.
O perdão e o amor virou caos
Não vivem mais como irmão
Pregador, conta de dedo
O que existe é charlatão
Pois o amor foi abortado
Virou tudo confusão.
Vou contar-lhes uma história
Mais cruel que eu já vi
Foi lá em Santa Maria
Que irei lhes transmitir:
Uns pobres trabalhadores
Em suas terras a carpir
Mas os latifundiários
Grileiros desse Sertão
Expulsam de suas terras
Lavradores em questão.
Sendo pobres e desvalidos
Dinheiro, não tinham não.
Surgiu então o doutor Eugênio
Lyra, o advogado em ação
Entrou logo na justiça
Logo ganhou a questão.
Os lavradores felizes
Pelo ato de servidão.
Mas os latifundiários
Contratou tal pistoleiro
Pra vingar suas derrotas
Lá na porta de um barbeiro
Matou o doutor Eugênio
E fugiu com o dinheiro.
O fim do mundo está próximo
O que passou no passado
Não apagará na história
Nada está eliminado.
Um dia tudo vem às claras
No julgamento vingado.
Doutora Lúcia, a viúva
Lutou muito na justiça
Mas ninguém dá vida um morto
Das loucuras que pratica.
É imortal essa história
E revoltante à nossa vista.
Muitos pensam que não há Deus
Nem tampouco o Salvador
Que um belo dia virá aqui
Com um grande esplendor.
É no juízo final
Que pagará o pecador.
Doutora Lúcia Lyra
Tem fé em Deus e espera
Que tudo será revelado
A verdade vem deveras.
O culpado é condenado
E na cara joga a terra.
Tem morrido muita gente
Pelo um pedaço de terra
Os índios perderam tudo
Mesmo fazendo suas guerras.
Tudo aqui era dos índios
E correram para A SERRA.
A história se repete
Desde a grande insurreição
Dos mascates, alfaiates
Do Conselheiro e Lampião
Tudo por causa da terra
Irmão matando irmão.
Não trouxemos nada aqui
Viemos com as mãos limpas
Daqui não levamos nada
Nem mesmo as nossas tripas
Todo mundo sabe disso
E o Livro manda a ripa.
O livro que eu falei e digo
É o da nossa salvação
Desde Noé com o dilúvio
O castigo vem então.
Tudo é causa de egoísmo
Dum povo sem coração.
Santa Maria da Vitória,
Carinhanha e Correntina
No Vale do São Francisco
Abriu-se logo a cortina
De sangue e rixas políticas
Matou padre de batina.
Muita gente assassinada
Outro fugiu pra não morrer
Tudo por causa da terra
Tinham jagunços pra valer
Hoje tudo é o dinheiro
E o poder pra se manter.
O mensalão é de graúdo
Que não se chama ladrão
Ladrão é quem rouba galinha
Quem rouba o nosso tostão
Condena, cadê o dinheiro?
Não confisca o mensalão?!
A vergonha, cadê a ética?
Somente no Canadá...
É uma história de um povo
Que tem cultura pra dá.
A Suécia e a Suíça
São exemplo pra nós cá.
Aqui tudo virou “Babel”
A “Torre” da confusão
A Bíblia fala em castigo
Daquele povo de Adão
Se você não me entende
Porque só falo alemão!?
É falta da dialética
De diálogo no jogo
Da política de padrinhos
Do compadre que é seu sogro.
Aí só gera despotismo
E o povo perde de novo.
Muita gente não acredita
Que o mundo vai se acabar
Quem acaba somos nós
Mas o mundo vai parar.
Parar de depredação?
Nunca vão conscientizar.
Se a poluição aumentar
Não vai haver água não
Pois os rios vão secar
Com tanta depredação.
O céu vive enfumaçado
Com tamanha poluição.
Há veneno na lavoura
Nada tem de natural
Tanta doença que vem
Que vem lá do matagal
Mata o povo bem mansinho
Vão parar no hospital.
Muita peste muita fome
Gente morrendo na fila
Do SUS que diz doutor
Mas morre cedo na trilha
Morre velho e morre novo
Até que o doutor cochila.
Água potável não há
Nem aqui nem no Ceará
Engana o povo com sestinha
Paternalismo será...
Povo sem cultura é
Cego não pode enxergar.
Empurra o povo com a barriga
Diz até que é educação
Meu canudo de papel
Vira uma gozação.
Tabuada não se dá
Máquina vive não mão.
Homem não aceita ser homem
Ninguém pode criticar
O pastor e o sacerdote
O capítulo vai pular
Os versículos da Bíblia
Terá que o padre rasgar.
O fim do mundo está próximo
Não precisa protestar
Tudo está claro e bem óbvio
Só quem não quer enxergar.
Só mulher que tem o útero
Como homem quer gerar?!
Mulher também não tem falo
Como pode dar à luz?
Sem o homem é impossível
Diferente foi Jesus
Gerado pelo espírito
Em Maria nos conduz..
Tudo é coisa desse mundo
Desde o tempo de Adão
Põe a culpa na serpente
Joga a pedra e esconde a mão
Nasce Abel também Caim
Um é bom e outro não.
O mundo é ou não é?
Cheio de antagonismo
Uns são bons, outros são maus
Outros cheios de egoísmo
Poucos são como Abel
Outros viram anarquismos.
Ninguém luta a ser perfeito
Luta para disputar
Ser eleito a deputado
Emprego a parlamentar.
Tem que ser trabalhador
Pra poder aposentar.
Tem que acabar a mamata
Do poder de mensalão
O salário é um gigante
Ganham bem nessa Nação
O povo vira em robô
Por não ter educação.
Se tiver não vão votar
Nem ser cabo de eleitor
Manda eles plantar batata
E devolve o cobertor
Assim teremos um País
Soberano e protetor.
Vou terminar essa história
Que é minha também sua
Pois o mundo vai acabar
E vou me embora pra lua
Pois os rios irão secar
E o corpo jamais sua.
O fim do mundo está próximo
Minha mãe sempre dizia
Meu filho, preste atenção!
No Rosário de Maria
Na ladainha também tem
Nada é uma fantasia.
hagaribeiro.