CADÊ O MEU DINHEIRO?
Estes versos eu escrevi
De pé, na fila do banco
Após sofrer grande espanto
Ao conferir o meu saldo...
Depois que foi implantado
Esse tal caixa eletrônico,
Pode parecer irônico
Mas estou sendo roubado
Ainda ontem aqui estive
A conferir o meu saldo
E conforme a fita do caixa,
Havia cento e cinqüenta e quatro...
Hoje, pra minha surpresa,
Desconfio da esperteza
Desta máquina programada
No resultado do extrato
O que me deixa injuriado
É esse caixa safado
Só errar em favor do banco,
Nunca em favor do cliente...
Esta máquina que impera
É legado da nova era
Quer levar vantagem em tudo
E sem querer ser injusto,
Até na poupança da gente!
Te “desconjuro mofético!”
Salafrário usurpador
Tu pra mim, não tem valor
És um mal vindo do além,
Que neste mundo baixou...
Vou te mostrar minha ira
Vais conhecer quem eu sou
Vou te encher de porrada
Até constar em teu caixa,
Os meus cem que tu afanou!
Pelo que fizestes comigo
Vou te lançar um castigo
Uma mandinga, uma praga,
Sua máquina desalmada
Vai ser este o meu feitiço:
Que a ferrugem corroa
Todos os teus componentes
Que um circuito inclemente
Queime geral o teu micro
E quando ficares manco,
Deus permita que os bancos,
Jogue todos vocês no lixo
Poeta J. Pinheiro
Do seu Livro "Meus versos, minha vida"