O DESASTRADO

Ocorreu em minha casa

Ocorre também na sua

São fatos incontrolados

Que nos deixam estressados,

Quase ao limite da fúria

Se ainda não foi com você

Não perdes por esperar...

Quando menos se espera

A coisa se desmantela

Essas nossas esparrelas

Não se pode evitar

O desastre quando vem

Jamais desacompanhado

Tem sempre outro de lado

E mal a gente se refaz

Da primeira cacetada,

Leva-se outra porrada,

Que se fica estatelado

Sei que isso está complexo

Mas já vou esclarecer

Pra você não pensar mal

Ou me chamar de confuso

Até pensar que é absurdo,

O que estou a escrever

Foi um dia pela manhã

Que o fato se passou

Ao abrir a geladeira,

Todo o meu sangue gelou...

Pois ela, não mais gelava!

Toda a comida estragada,

E pifado o seu motor

Atônito, acionei

Rapidinho os meus neurônios

Rabisquei em um papel

Qual o tamanho do rombo...

Na grana que eu não tinha

Nem menos onde arrumar

E sem água geladinha,

Tive que agüentar o tombo!

Foi quando eu percebi

Que já estava atrasado

Saí do quarto apressado

Para tomar meu café,

E esquecer a pirraça...

Ao depositar minha pasta

Na mesa lá da cozinha

Essa esbarrou numa coisa

Só ouvi o grito da esposa:

“lá se foi nossa garrafa”!

Com tudo isso acontecido

Em questão de poucas horas

Estressou-me essa inglória

A nossa paz acabou-se...

Com aquele clima pesado

Que se criou lá em casa

Ficamos sem água gelada,

É como alguém já falara:

“ALÉM DA QUEDA, O COICE”!

Mas, isto é só um desabafo

Deste homem desempregado

Que da família, o salário,

Já está comprometido,

Com gastos do mês inteiro...

E não será este prejuízo

Que desafina a minha orquestra

Sou sensível, sou poeta

Mas, minha alma é sempre festa,

Me chamam J. Pinheiro.

Poeta J. Pinheiro

Do seu Livro "Meus versos, minha vida"

Poeta J Pinheiro
Enviado por Poeta J Pinheiro em 20/09/2012
Código do texto: T3891452
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