O DESASTRADO
Ocorreu em minha casa
Ocorre também na sua
São fatos incontrolados
Que nos deixam estressados,
Quase ao limite da fúria
Se ainda não foi com você
Não perdes por esperar...
Quando menos se espera
A coisa se desmantela
Essas nossas esparrelas
Não se pode evitar
O desastre quando vem
Jamais desacompanhado
Tem sempre outro de lado
E mal a gente se refaz
Da primeira cacetada,
Leva-se outra porrada,
Que se fica estatelado
Sei que isso está complexo
Mas já vou esclarecer
Pra você não pensar mal
Ou me chamar de confuso
Até pensar que é absurdo,
O que estou a escrever
Foi um dia pela manhã
Que o fato se passou
Ao abrir a geladeira,
Todo o meu sangue gelou...
Pois ela, não mais gelava!
Toda a comida estragada,
E pifado o seu motor
Atônito, acionei
Rapidinho os meus neurônios
Rabisquei em um papel
Qual o tamanho do rombo...
Na grana que eu não tinha
Nem menos onde arrumar
E sem água geladinha,
Tive que agüentar o tombo!
Foi quando eu percebi
Que já estava atrasado
Saí do quarto apressado
Para tomar meu café,
E esquecer a pirraça...
Ao depositar minha pasta
Na mesa lá da cozinha
Essa esbarrou numa coisa
Só ouvi o grito da esposa:
“lá se foi nossa garrafa”!
Com tudo isso acontecido
Em questão de poucas horas
Estressou-me essa inglória
A nossa paz acabou-se...
Com aquele clima pesado
Que se criou lá em casa
Ficamos sem água gelada,
É como alguém já falara:
“ALÉM DA QUEDA, O COICE”!
Mas, isto é só um desabafo
Deste homem desempregado
Que da família, o salário,
Já está comprometido,
Com gastos do mês inteiro...
E não será este prejuízo
Que desafina a minha orquestra
Sou sensível, sou poeta
Mas, minha alma é sempre festa,
Me chamam J. Pinheiro.
Poeta J. Pinheiro
Do seu Livro "Meus versos, minha vida"