MARCADOS PELA ALCUNHA

Já que fui desafiado

Desta vez como poeta

Para relatar em versos

Conhecidos desafetos

Tarefa nada à toa

Mesmo não sendo prodígio

Versarei sobre os apelidos

Que possui certas pessoas

Para essa empreitada

Comecei minha jornada

Encarando a estrada

A pesquisar coisa assim,

Fui numa pequena cidade

Distante da capital,

De apelidos um manancial

A pequena bom jardim

Lá conheci um sujeito

Político e muito direito

Sério e sem disparate,

Prá arranjar voto é um craque

Merece daquele povo

Justo reconhecimento

Pois lá, ninguém tem o talento

De “Benedito Fubac”

Num campinho de peladas

Pertinho de minha casa

Conheci um sarará

Sujeito da pá virada

Com ele, ninguém se mete...

Peladeiro inveterado

Brincalhão, pouco atrevido

Conhecido pelos amigos,

Apenas por “Brexequete”

Na rua Humberto de Campos

Eu juro por qualquer santo

Conheci um fazendeiro

E não sei por que razão,

Em vez de apenas joão

O seu nome verdadeiro,

Aquela população

Conhecia aquele irmão,

Pela alcunha “João Cendeiro”

Outro apelido engraçado

Tem um sujeito entroncado

Mas, um bom estivador,

Acredite se quiser

O povo conhecia o André

Somente por “Pau Rolô”

O que me fez dar risada

De fazer xixi na calça

É saber da sorte ingrata

Que teve aquele patrício...

Pois em vez de Antonio Pinto

Nome que ganhou na pia,

Até a sua família

Lhe chama de “vira bicho

E tem lá um magarefe

Que a paciência é um teste

Outro igual não se conhece

Naquela cidadezinha...

Por trabalhar só com suíno,

Foi selado o seu destino

E desde os tempos de menino

Seu apelido é “porquinha”

Lá em São João do Caru

Um churrasqueiro afamado

Tem apelido engraçado

E merece entrar nessa lista...

Até hoje ninguém soube

O seu nome verdadeiro

Mas o lugarejo inteiro,

Só lhe chama de “Casquita"

Finalizo este trabalho

De apelidos engraçados

Lembrando de um enrugado

Politiqueiro afamado

De humildade não tem nada...

Detentor de muito orgulho

Por muitos já foi querido

Mas por se tornar vingativo

Pelo povo foi banido

Escorraçado, esquecido

Conhecido por “Gralhada”

Poeta J. Pinheiro

Do seu Livro "Meus versos, minha vida"