VIDA DE CACHACEIRO- 03.

Olha eu aqui de novo,

Com um texto verdadeiro,

Tentando abrir os olhos,

Dos amigos cachaceiros,

Por todo esse mundão,

Que levam uma vida de cão,

Na função de cachaceiro.

Para o homem viciar-se,

Em nossa sociedade,

Basta ver as propagandas,

Com suas propriedades,

Que se mostram todo dia,

Onde tudo é fantasia,

Cheia de vulgaridades.

Cada dia que se passa,

Mas aumenta os cachaceiros,

Que infesta os botecos,

Até mesmo sem dinheiro,

É uma intrigante sina,

Que o ser humano domina,

Das famílias um pesadelo.

A vida de cachaceiro,

É uma tremenda agonia,

Onde o homem viciado,

Se esquece das regalias,

Vai pras escórias da vida,

Viver sem lar sem guarida,

Sem parentes sem família.

Vou contar o que acontece,

Com qualquer um cidadão,

Que se torna cachaceiro,

Em nosso mundo de então,

Perde a vergonha e moral,

E passa a ter vida banal,

Sem nenhuma objeção.

Se o sujeito é cachaceiro,

Quando ver alguém bebendo,

Assanha logo as lombrigas,

Que nem cobra se lambendo,

E se tiver sem dinheiro,

Faz-se logo de companheiro,

E diz o que está querendo.

Com a cachaça no bucho,

O cabra fica contente,

Pra isso não tem feriado,

Quer esteja bom ou doente,

Diz que é pra tirar o tédio,

E outra vez pra ser remédio,

Bebe até com dor de dente.

Com a cachaça na guela,

O cabra fica animado,

Engrossa e afina a voz,

Muda seu palavreado,

Calado torna-se falante,

Humildes ficam arrogantes,

Incauto é doutor formado.

Enquanto isso a família,

Do sujeito cachaceiro,

Vive à custa de ervilhas,

A comer sem ter tempero,

Beber é só o que presta,

Voltando a casa o que resta,

É aterrisar no terreiro.

Nunca vi um cachaceiro,

Pra não ser desinibido,

Basta só tomar um gole,

Pra ficar todo atrevido,

O triste canta de contente,

Se for manso fica valente,

E o surdo fica bom de ouvido.

O sujeito cachaceiro,

Vira até conquistador,

Com o wiski brasileiro,

Vira repentista e cantor,

Quando ver mulher bonita,

E com a força da mardita,

Faz declarações de amor.

O bebum é uma incógnita,

Tão cheio de artimanha,

Ele faz qualquer esforço,

Sem nenhuma cerimônia,

Na cegueira por bebida,

Esquece-se até da comida,

Cai no chão sem ter vergonha.

Andar sujo e mal trapilo,

É a sina do cachaceiro,

Pedir um trago de pinga,

Ele faz o tempo inteiro,

Quando está abonado,

Fica dos outros cercado,

Até acabar-se o dinheiro.

Conheci uma pessoa,

Que sofria desse mal,

Um homem inteligente,

Bom vizinho por sinal,

Um dia o trem ficou feio,

Ele bebeu óleo de freio,

Quase morrendo afinal.

Olha amigos vou contar,

O que fazia esse cidadão,

Quando não tinha cachaça,

Nos botecos da região,

Ponha-se então a mendigar,

De porta em porta a buscar,

Álcool pra tomar injeção.

Era uma calamidade,

O vicio desse tal senhor,

Homem inteligente e culto,

Honesto e trabalhador,

Vivendo em desassossego,

Perdeu até seu emprego,

Na função de professor.

O sujeito cachaceiro,

Embebido na cachaça,

Deixa de ser responsável,

Uns chora e até faz graças,

Quando bebe faz careta,

Esse um vicio do capeta,

E desta vida a desgraça.

Para todo o cachaceiro,

Só presta se tiver a pinga,

Mas se a marvada faltar,

Fica triste e choraminga,

Se lhe ocorre algo errado,

Fica no boteco instalado,

E na branquinha se vinga.

Pra beber sua cachaça,

Sempre um jeitinho dá,

Se o clima estiver frio,

Ele bebe pra esquentar,

E se o tempo estiver quente,

Vai se valer do aguardente,

Diz que bebe pra esfriar.

O cachaceiro não enxerga,

O tamanho do precipício,

Se surgir algum problema,

Seja em casa ou no serviço,

Seu conselheiro mais certo,

São os donos dos botecos,

E os companheiros de vicio.

É desse jeito a vivencia,

De todos os viciados,

Pro vicio não falta tempo,

Está sempre preparado,

Quer acreditem ou não,

O vicio é a grande maldição,

Nesse mundo mal fadado.

Quero deixar meu conselho,

Para todos os cachaceiros,

Desse vicio desgraçado,

Que afeta o mundo inteiro,

Acordem da sonolência,

Eu lhes peço com clemência,

Valorizem-se companheiros.

Findo aqui mais um cordel,

Bem longe de mim condenar,

Pois quem vive nesse mundo,

Tem oportunidade pra errar,

Não sou dono da verdade,

Mas falo com sinceridade,

Conviver com isso não dá.

Cosme B Araujo.

18/09/2012.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 18/09/2012
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