O CAIPIRA NA PRAIA
O caipira na praia
Cumpade vou ti contar!
Um dia eu fui a praia
e fiquei muito abirmado
com o qui eu vi pru lar!
Eu nunca vi tanta gente
pelada e sem vergonha!
Aquelas bundas medonhas
balançando sem parar!
Vi gatinha e avião,
vi magrela e vi bujão
tudo in um só lugar!
Tinha cada trem virado,
cada bala de canhão!
Que eu pensei: Tem jeito não,
o mundo vai acabar!
As muiê tudo pelada,
com uma tira na bunda,
e os peitos quase de fora,
eu pensei: Nossa Senhora!
Será farta de dinheiro
pru mode que um sorte inteiro
elas num possa comprar!
Ou é farta de vergonha
que andam assim peladonas
só para os homes oiâ?
Será qui vortei no tempo
a muito tempo atras?
Lá no tempo dos índios
que viviam pelados
junto com os animais?
Umas mocinhas novinhas,
tudo com o rabo de fora,
e as veias? Coisa mais feia!
Dando uma de sereia,
com aquelas bundas feias
e aqueles peitos caídos,
com quase nada escondido,
tomando banho de mar!
Parecem que não tem marido
e tão a um procurar!
Mas quem quer aquelas coisas,
feias e desmanteladas,
sem vergonha e peladas!
Só se for pra chambregar
e depois chutar a bunda
e mandar coquim catar!
Vi me embora abestalhado
e fiz uma promessa pro santo
e jurei que naquele canto
enquanto vida tiver,
nem fia minha nem muiê
nunca irão pisar lá!
Batista, 14 de setembro de 2012