CORDEL – Mote – A saudade de Cuité – Mora no meu coração – Parte 5 – Final – 13.04.2012


CORDEL – Mote – A saudade de Cuité – Mora no meu coração – Parte 5 - Final
Oitavas de sete sílabas poéticas
Esquema de rimas - ABABCDCD
Publicado em 09.09.2012
 

Zezinho grande goleiro
Pegava até pensamento
Frangaço nem de poleiro
Entrava pra fazer tento
No peito fazia fé
A bola colava então
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Tinha os filhos do Frazão
Eita meninos danados
Com a bola pelo chão
Rasteirinha no gramado
Sempre na boa maré
Podia até dar trovão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Mas o Tenente Galdino
Com o Félix seu sargento
Todos dois tinham bom tino
Garantiam nosso tento
Lembre-se quem o quiser
Não gosto de enrolação
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Do Toinho de Quitéria
Grande companheiro e amigo
Um grande pai na matéria
No futebol eu nem digo
Jogava com classe até
Inclusive no salão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
O grande mestre Rolim
Doutor de bem afamado
Não tinha tempo ruim
Entendia do riscado
Seu colégio tinha fé
Grande sua tradição
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Um dos grandes desportistas
Era o juiz grande Tino
Nunca escondera as vistas
Nem nunca fora cretino
Não sei se era barnabé
Com ele não havia senão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Quem conheceu Massangana
Jogador experiente
Por certo que não se engana
Era alegria da gente
Nunca fazia mondé
Com o dinheiro na mão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
O zagueiro Baltazar
Era total segurança
Seu prazer era jogar
Desde que cheia a pança
Marcava como chulé
Em cima do cidadão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
O futebol acabou
Nem Cuité nem Expressinho
Isso que o tempo levou
Bastava um empurrãozinho
Por Deus e por candomblé
Perderam a tradição
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Dos bancários a AABB
Fechada e quase falida
Para todo mundo ver
O tamanho da ferida
Do Banco o povo falava
Muito mal sem compaixão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Quase chorando me lembro
Daquela gente bonita
Do Baixinha grande membro
Nunca usou de desdita
Lá se tratava do pé
Sem qualquer contradição
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
O Manu não pude ver
Nem Orlando nem Osvaldo
Dos quais não posso me abster
Sempre me deram respaldo
Não eram gente qualquer
Ajudavam de montão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Cadê o Jaime Pereira
E o Zé Afonso presidente
Murilo, aquela aroeira
Por onde andam minha gente
Cada qual um contrapé
Pra eles a minha oração
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Eu conheci com surpresa
Um poeta valoroso
O Flávio Sua Alteza
Do museu tão fabuloso
Com inspiração abaré
O poeta do povão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Meu alfaiate querido
Diretor de grande fé
Do Expressivo sofrido
Meu gigante Zé Badé
Por Deus e por São Tomé
Mas que grande cidadão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
More no Céu com Jesus
Espere-me eu chego já
Eu confio nessa cruz
E também em Yemanjá
Eu vou de cabriolé
Espere-me na estação
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Ansilgus

Foto: Antigo Cuité Clube, atual Museu da Cidade.
ansilgus
Enviado por ansilgus em 09/09/2012
Reeditado em 09/09/2012
Código do texto: T3872846
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