CORDEL – Mote – A saudade de Cuité – Mora no meu coração – Parte 4 – 13.04.2012

CORDEL – Mote – A saudade de Cuité – Mora no meu coração

Oitavas de sete sílabas poéticas
Esquema de rimas – ABABCDCD
Composto em 13.04.2012
Publicado em 08.09.2012

Não vi também João Dósio

Um homem trabalhador
Pois estava num simpósio
Criado pelo Senhor
Acredite quem quiser
Nem Mistura não vi não
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
O Zé Cândido onde andará
Amigo do qual não esqueço
Por certo foi viajar
Sem levar qualquer tropeço
Pra Nita tiro o boné
E também para o Grampão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Muita saudade do Maia
Frazão, Lira mais Brilhante
Esses não fogem da raia
Cada qual mais cativante
Jesuíno, o Grande Zé
Farto de prorrogação
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Basílio e o Caldeira
O Geraldinho também
Pessoas da brincadeira
E naquele vai e vem
Adoravam picolé
De abacate e de mamão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Benjamim e Manoel
Muito bons em cada apoio
Rápidos como corcel
Tal como o pião do aboio
Também serviam café
Era grande a tradição
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Doutor Diomedes o dentista
Dos nossos dentes cuidava
Era mesmo que artista
Geralmente aproveitava
O dente ficava em pé
Tratava com obturação
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Dois grandes tabeliães
Euclides e o Anacleto
Davam-nos grandes lições
Como homens bem corretos
Pra eles grande evoé
Como luz na escuridão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Não vi o Cláudio Furtado
Político e criador
Fora levar um recado
Para o grande Professor
Forte como um jacaré
Era grande o cidadão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Tinha um grande mecânico
Não ficava ninguém na mão
Também ninguém tinha pânico
Com certeza era o Dão
Nunca fora de chué
Tudo era na exatidão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Dona Isaura me hospedou
Naquela sua pensão
Comida nunca faltou
Tampouco a gratidão
Até mesmo acarajé
Comia-se de montão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Uma loja muito grande
Em frente de minha casa
Quem é bom sempre se expande
Dinheiro entra e não vasa
Dum homem de muita fé
O querido Castelão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Na saúde o Medeiros
O Reginaldo também
Eram como milagreiros
Doutor Roberto porém
Atendeu rico e ralé
Sempre com satisfação
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
O Enilson era querido
Torcia pelo Expressinho
Nisso tomava partido
Dos clubes o melhorzinho
Gigante como o aribé
Vendia na prestação
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
O posto do Ezequiel
Era também frequentado
Muito vendia a granel
E também no tal fiado
Nunca pegou um chulé
Mesmo andando pelo chão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO
 
Mas eu vi alguns atletas
O bom armador Macaquinho
Com a equipe completa
Não perdia um joguinho
Vanda dava de colher
Passe com exatidão
A SAUDADE DE CUITÉ
MORA NO MEU CORAÇÃO



Ansilgus
A foto é do Martinho com seu fusca 1963


09/09/2012 11:22 - Levi Madeira interagiu, grato:
Prezado Ansilgus, em sua brilhante capacidade de transformar tudo em cordel, com perfeição retratou a bucólica e agradável Cuité.
 O cordelista é assim
O que vê vai traduzindo
Seja alegria ou tristeza
 Um moribundo tossindo
Na cidade ou no sertão
Tudo vira uma canção
 Mais um cordel vai surgindo.
 
 Um abraço, Levi Madeira


ansilgus
Enviado por ansilgus em 08/09/2012
Reeditado em 09/09/2012
Código do texto: T3871901
Classificação de conteúdo: seguro
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