A política brasileira * II * Autor: Damião Metamorfose.

*

Nas caças eleitorais

O político nos aborda.

Com um poço de mentiras

E uma taça que transborda.

Para ser mais envolvente

Chama o eleitor de parente

Joga o laço e puxa a corda!

*

Enquanto um corrupto engorda

Suja-se o país inteiro.

E quem sente a fedentina

Quando se espalha o mau cheiro.

O povo espera a melhora

E a cada dia piora

Com político trambiqueiro!

*

Se o político tem dinheiro

Dele o eleitor precisa.

Tem-se o político mais torto

Que a velha torre de pisa.

E o eleitor safado

Tem o seu voto comprado...

Por político cara lisa!

*

O que não vive de brisa,

Chama o político de otário.

Vota e não diz em quem vota

E zomba do adversário.

Dizendo: eu peguei dinheiro

Do time dele inteiro...

Ensinei missa a vigário!

*

Qualquer um é salafrário

Cada um com seus critérios.

“Salafra atrai os salafras”

O sério atrai os sérios.

Porém lá nos bastidores,

É que corrompem os valores

E constroem-se os impérios!

*

Faz política em cemitérios,

Até na sombra e no vento.

Faz campanha em enterros,

Separação, casamento...

Se existe algum diferente

É um político somente

Sem mandato ou fundamento...

*

Finge que tem sentimento,

No sorriso e no abraço.

Que o eleitor se ilude

Com o político e passo a passo.

Vai caindo no xaveco

Até virar um boneco...

Pra depois levar trompasso!

*

E nessa queda de braço

Ou pá de cá, pá de lá.

Quando entram na política

Só pensam em ser marajá.

Se o político é assim

O eleitor também é ruim

Urubu com carcará

*

É sempre esse blá, blá, blá

Dos cidadão indecentes...

Envolvem-se com a política

E enganam os mais carentes.

Quando vêm os pentes finos

Os gatunos paladinos...

Safam-se como inocentes!

*

Políticos incompetentes

É a ilusão dos mais fracos.

Um palco pra vagabundos

Se entrosar com os velhacos.

O eleitor gosta do engano

Por isso entra pelo cano,

Que se danem e vão pro saco!

*

Prendem o cidadão malaco

Ou outro vicio nocivo.

Já o político safado

É livre em qualquer motivo.

Depois que a poeira passa

É nome de rua ou praça...

Mesmo o peste estando vivo!

*

Da carreata eu me privo,

Com o político no andor.

Uns que votam por dinheiro,

Outros votam por “amor”

Depois que chega à vitória

O eleitor sai da memória

E volta a ser sofredor!

*

É da parte do eleitor

Dizer: que os culpados são...

Quem permite que o corrupto

Pratique a corrupção.

Se todos têm seus limites,

Antes que façam os convites,

Se antecipe e diga não!

*

Quem quiser me ver um “cão”

Venha com politicagem.

Que dou logo uma resposta

Dessas sem camaradagem.

Se eu ouso fazer critica,

É que não faço política

Nem vivo de pilantragem!

*

Pra parar de fuleragem

Se um político canalha.

Adentrar em minha casa

Sozinho ou com a gentalha.

Eu me arrisco em fabricar

E em seguida lhe ofertar,

Um cabresto e uma cangalha!

*

Fazem mansão com muralha

Usando a grana do povo.

E com quatro anos volta,

Promete e rouba de novo.

Por isso é que eu me nego,

Do nego mesmo e renego

E essa raça eu não promovo!

*

Eu vejo e não me comovo

Pois é comum essa cena.

Vê-se aqui no Nordeste

Quando a cidade é “pequena”

Tanto eleitor bitolado

Que adora ser enganado

É burrice que dá pena!

*

Político ruim se condena

Na urna, e se depender

Do meu voto, dia sete...

Por mim ele vai perder.

De nenhum eu tenho pena,

Que vão pra gota serena

Com essa sede de poder!

*

Meu tempo eu não vou perder

Com político em passeata.

Ou assistindo comício,

Só com mentira e bravata...

Mas na hora de votar,

Voto, não sei anular

Não sou eleitor pirata!

*

O político faz mamata,

Faz do sério brincadeira....

Faz do melhor o pior,

Gente honesta e verdadeira.

Porém no final só fica,

A classe unida e rica,

Que mente e faz roubalheira...!

*

Está uma bandalheira

A política deste mundo.

Quando surge um honesto

Tem um bilhão de imundo.

Pra não ter tanto ladrão,

Temos que dizer um não,

Não votando em vagabundo!

*

Se um tem papo profundo

E uma ampla malandragem.

Os eleitores também

São feras na sacanagem...

E por serem sempre assim

Os dois se completam sim

Sem precisar camuflagem!

*

O país vivendo a margem,

Se afogando em mar de lama.

Os políticos gastando

E fugindo da má fama.

Enquanto uns querem roubar

Outros também querem entrar...

Um cala, outro não reclama!

*

Deitam-se até na cama

Do mais simples eleitor.

E procuram dá um jeito

De prendê-lo a um favor.

Depois voltar pra cobrar

Não tendo um jeito, é votar

E continuar sofredor!

*

O político é o professor

Do eleitor marinheiro.

Depois que o mesmo marujo

Aprende a ser trapaceiro.

E só vota subornado

Por um político safado

Alicerçado em dinheiro!

*

O político trambiqueiro,

É o político ruim.

Pois se fosse feito o certo

Sem desviar o “dindim”

Eu tenho toda certeza

Que seria uma beleza,

Infelizmente é assim...!

*

Político que só diz sim

É uma coisa corriqueira.

Ter sempre um político esperto

E um eleitor com leseira.

É um cenário comum

Da vida de cada um

Na política brasileira!

*

Quem nunca perde a cadeira

Não liga pro que apanha.

Porém quando isso acontece

Com certeza ele estranha.

Se dependesse de mim

O que ao sabe ser ruim

Não ganhava uma campanha!

*

Eles vivem da barganha,

Burlam as leis dos países.

Esquecem do que prometem,

Se aproveitam de infelizes.

Fingem serem coerentes,

Sacaneiam os mais carentes,

Tudo à custa dos deslizes!

*

Para esses infelizes

Não tem lei e nem cadeia.

Não jeito que dê jeito,

Não adianta cara feia.

Não adianta reclamar,

Anular voto ou votar...

O eleitor, quem leva a “peia”

*

tem mais aranhas que teia,

Na política brasileira.

Mais rato do que estrelas

Ornam a nossa bandeira.

É um esgoto a céu aberto

Fazendo do errado o certo

Votar no certo é besteira!

*

Fim.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 04/09/2012
Código do texto: T3865370
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