O SACO DA PEDRA BRANCA
O SACO DA PEDRA BRANCA
(O Berço do Poeta)
Ao sopé da grande serra
Chapada do Araripe
Composto por muitos sítios
Com verdes canaviais
Belíssimos campos florais
Do meu belo Carirí,
Regado por várias cascatas
Com pomar, açudes e matas,
Um pequeno paraíso
Foi meu berço, meu abrigo
O lugar onde eu nasci!
Porém, o destino negou-me
Desfrutar desse primor
E antes que eu experimentasse
Das delícias de minha terra,
Com a morte do meu pai
Nossa mãe nos retirou
Pra fazenda do vovô,
Do outro lado da serra!
Como para compensar
Por tirar-me do meu lugar
A minha terra querida,
No término daquela estrada
Ao chegar à nova morada
Sem saber como ou porque,
Eu despertei para a vida!
Tudo o que me aconteceu antes
Daquele momento mágico
Neste meu banco de dados,
Nada ficou registrado...
Ao transpor a “cancela”
Daquele “Sítio Bethânia”,
Com uma nitidez tamanha
Tudo em mim,ficou gravado!
De forma que essa beleza
Descrita do meu regato
É pura visão dos fatos,
Não é bairrismo, é verdade!
Comprovei a veracidade
Voltando lá noutro ano,
Eu e meu mano Antônio
Que matou sua saudade
Só quis aqui registrar
Algo da minha raiz
Visto que sobre outros lugares
Eu tanto já escrevi...
Faltava-me esta lembrança
Registro de minha infância
Meu “Saco da Pedra Branca”
O lugar onde eu nasci!
Poeta J. Pinheiro,
Do seu livro “Meus versos, minha vida”