PODEM DAR O SEU PERTENCE.
MARTELO AGALOPADO.
Numa festa de donzelas,
O assunto é virgindade,
Se perguntam em que idade,
Podem dar o seu pertence,
Sem que sejam difamadas,
Mas também estejam presente,
No banquete das luxurias,
Que alegra a vida da gente,
E onde pode procriar-se,
A prole dos descendentes.
Perguntei para a donzela,
O que faz com a virgindade,
Ela me disse bem singela,
Isto é a mais pura crueldade,
Se o amor ta na capela,
E não inibe as vontades,
Mesmo assim é este hímen,
Que não proíbe a entrada,
Dum objeto oportuno,
Nesta legitima morada.
Meu choro é providencia,
Também chorou Jesus Cristo,
Na lagrima tem eloqüência,
Pra eliminar meu suplicio,
Depois enxugo minha face,
Boto um sorriso no rosto,
A vida é mesmo um disfarce,
De alegrias e desgostos,
Porem não há pressuposto,
De um ato maior de arte.
Dei risada para o tempo,
E ele de pronto indagou,
Sorris por estais contente,
Ou é sonso logo exclamou!,
Respondi com elementos,
Não me faça o dissabor,
De minar minha alegria,
Trazendo-me intensa dor,
Deixe o ruim pra depois,
Me faça vingar o amor.
Ta no perfume da rosa,
No bico do beija-flor,
Nas malicias do amor,
Nos versos feitos em prosa,
Na aura de quem já goza,
Da luz do conhecimento,
Lá na fração do momento,
E na turbina do avião,
Pois tudo isto é correlato,
Nesta vida em combustão.
Ser mulher é ter essência,
É brincar com o dito amor,
É chorar suas carências,
Tolerar intensas dores,
Fingir que não ouve nada,
Mesmo com fortes rumores,
Dar carinho a quem lhe é caro,
Até que chegue os rancores,
Estes não são fatos raros,
Nesta vida de mil cores.