O A.B.C. dos Sarney

O A.B.C DOS SARNEY

Essa família Sarney

A última dos oligarcas

Promotora das mamatas

Que predominam por aqui,

Com tantos crimes praticados

Contra o povo deste Estado,

De dimensões tão medonhas

E de repercussão tamanha,

Que o império tem de a ruir

Como um poeta que preza

E que de alguma forma carrega

No seu coração agrega

A dor de toda essa Grei,

Por rimas me manifesto

Neste autêntico protesto

Satírico e nada poético

O "A . B . C ." dos Sarney

Em cada letra existente

Em nossa real gramática

Permitam que agora eu faça

Protesto em forma de versos

Todo o nosso retrocesso,

Dessa nossa contra-mão...

São alguns dos descalabros

Desmandos contra o estado

Em tantos pleitos forjados

Neste nosso Maranhão !

Com o "A" escrevo agonia

Pois foi isso que essa família

Implantou essa vil franquia

Com espírito de carrasco...

Fez o pobre maranhense

Sentir-se bem menos gente

Mais pobre e bem mais carente

Que os pobres de outros estados

Com o "B", escrevo o boicote

Ao progresso e evolução

Imposto pelos Sarney

Que tem státus de REI,

Neste pobre Maranhão

Com "C" escrevo coloio

Esse "purgão", esse joio

Semeado entre o povo,

Em pleitos eleitoreiros...

Que nesses 50 anos

Agindo por baixo dos panos,

Fazendo com que esses homens

Se elejam o tempo inteiro

Com "D" escrevo o desmando

O abandono que quando

Não mata, aleija de vez,

Com a dita "Democracia"...

Como algozes da maldade

Exerceram a tirania,

Fez do povo excluído

De educação e saúde

Ignorantes e mudos

E com as barrigas vazias

Com "É" escrevo o entrave

A toda prioridade

Que carecia o maranhão,

Ao que aqui nunca existiu...

Nisso a justiça calou

Jamais responsabilizando

Os Sarney por tantos danos,

A coragem lhe faltou

Com "F" escrevo ferido

Em sua dignidade

O povo dessa cidade

Sem vontade, voz ou vez...

Os ditos povo sem sorte

A mercê das feras do norte,

Em perseguição e calote

Essa família Sarney

Com "G" escrevo a grilagem

Que impera no Maranhão

Onde ao pobre lavrador

Lhes negaram o seu valor

Reforma agrária não viu...

Mas viu seu babaçu devastado

Pra plantar capim pro gado

Sem terra, pobre e agregado

Vive esse povo isolado

Nesses lados do Brasil

Com “H”, escrevo Hilário

Lanço um triste riso falsário

Que utilizo aqui agora

Pra ilustrar toda inglória

É com pesar que eu faço...

Mas, com todas essas mazelas

Propiciadas por aquela

Típica Família Oligarca,

O cálice de fel que trago

Seria outros se não fossem esses,

Seria cômico se não fosse trágico

Este "I" retrata a inglória

Já que sorte alguma assola

Este estado intitulado,

"Maranhão Capitania"

Terra de tantos literatos

Berço de Gonçalves Dias,

Que apesar de tão moço

Não suportou tanto desgosto

Ao saber desse destroço

Na fronteira em mar morria

Estado que há anos foi

Exportador de arroz

Abastecia o Piauí,

Estados longe daqui

Paraíba e Ceará,

O que se vê atualmente

É o lavrador maranhense

Alimentando a sua gente

Com arroz que vem de lá!

Com "J" escreve-se "justiça"

Que aqui sempre ilustrou a lista

Dos "mandatários feudais",

Nas tiranias praticadas...

Pois dos crimes que dela partiu

Todo povo diz que viu,

Presenciou, assistiu

Só a "Justiça" não viu nada

O "L" de liberdade

Nos lembra felicidade

Requer que a sociedade

Busque a luta que liberta,

E traça o próprio destino...

Infelizmente a oligarquia

Que aqui se faz perpétua,

Não deixa a esse povo uma aresta

Só castigo e desatino!

Este "M" é da mordaça

Que cala e não denuncia

O que essa oligarquia

Usufruiu com o poder

No povo sem altivez...

Em eleições bem forjadas

Manteve a oposição afastada

A coroa assegurada

Na cabeça do Sarney

Retrata o "N" as notícias

Sobre o Maranhão que na lista

Nacional em estatística,

Não dá mesmo pra se orgulhar...

Se os feitos são relevantes

Somos os últimos da lista

Mas se é coisa vergonhosa,

Aí ganhamos com folga

Eis o Maranhão lá em baixo,

Mas se o assunto é cambalacho

É nosso o primeiro lugar

Este "O" dos oligarcas

Delata toda trapaça

Os atos públicos perversos

Que gerou um retrocesso

Sarney retorna esse povo

Ao passado que não foi...

Como num conto ou lenda

Bem mais que a encomenda

Do Maranhão fez sua fazenda

E desse povo seus bois

Este "P" traduz processo

Utopicamente confesso

Um povo livre e sem reversos,

É sonho que não se sonhou…

Enquanto não se derruba

Essa oligarquia absurda,

Que esse povo trave uma luta

Quebrando os grilhões e arapucas

Que os Sarney lhes armou

A letra "Q" pergunta irmão:

Até quando o Maranhão

Suportará esses mandos

Aceitará os desmandos

Dessa nossa contra - mão¿

Não acham que está na hora

De mudarmos nossa história

Trocar fracasso por glória

Em defesa do Maranhão¿

Este "R" é de revolta

Desse povo que agora

Fará parte da história

E da justice essa vez…

Uma luta consciente

Constrói saga diferente,

De escravo que se fez gente

Destronando o "REI" Sarney

O "S" de sabedoria

Lembra também solidário

Se uniu o proletário

Da cidade e interior…

Fez nascer a soberania

E vencendo a tirania

Aquela doce utopia,

Realidade se tornou

Com "T" escrevo: Tomara!

Que o sonho se realize

E os maranhenses concretizem

Seus projetos mais buscados…

O Maranhão acolha seus filhos

Que não mais viva no exílio

Deixando aqui pais e filhos

Pra sofrer noutros estados

Este "U" é de UTOPIA

De um possível ufanismo¿

Uma esperança otimista

Que esse povo não mais aflito,

Restaurem as suas vidas

Que estiveram enfraquecidas

Por conta desse fascismo

Este é o "V" da vitória

Do povo sobre os Sarney

É o desabafo da Grei

Que há anos só fez penar…

É o fim do autoritarismo

Legado de 5 décadas

Essa merecida festa

O maranhense terá!

Com o "X" o povo diz xô!

Em sua linguagem rude

Sem regra, mas com atitude

De quem agora quer soltar…

O grito que os Sarney mantiveram

Preso em sua garganta

Já nada o detém nessa instância,

Nada mais o faz calar

E finalmente este "Z"

Aqui, quer dizer zarpar

É o maranhense realizando

Agora vivenciando

Tudo o que vinha a sonhar

Ver a corte Sarney zarpando,

E garbosamente se radicando

No estado do Amapá

Poeta J. Pinheiro

Poeta J Pinheiro
Enviado por Poeta J Pinheiro em 25/08/2012
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