A indústria da seca. Autor: Damião Metamorfose.
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O Nordeste sem chover
É difícil a convivência.
Só não entendo por que
Com o avanço da ciência.
Não mudaram esse retrato...
Mas acho que vem do fato
Da má fé e a negligencia...
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E nas frentes de emergência
Com um calor infernal.
Todo mundo amontoado
Feito bode no curral.
O político mais esperto
Se aproveita, chega perto
E faz curral eleitoral.
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Tevê, revista e jornal...
Tem política disfarçada.
Mais disfarçado é a esmola
Que é pago pra “caçacada”
Um finge que dá cascalho,
Outro finge que é trabalho
E é nada em troco de nada!
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Eu acho que é uma piada
Pra uma nação prometer.
Mesa farta, com um salário
Que não dá nem pra fazer
Uma feira mais seleta
Ou cesta básica completa
Para a família comer!
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Erra o povo e o poder
Veja a cidade: Luis Gomes
Que está sem um pingo d’água
Pelos desmandos dos “homes”
Cinquenta anos penando
Com uma família mandando
E o povo esquece outros nomes!
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São antigos esses costumes,
Mas continua atual.
Quando um consegue a verba
Tem mais de um ideal.
Por isso é que na cidade
Tem obras pela metade
“E o eleitor de curral”
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Com um abraço “fraternal”
E um longo aperto de mão.
Eles manipulam as almas,
Que chega a dar comoção.
Depois disso é a promessa
E o alvo que o interessa
Flutua com os pés no chão!
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Para os dois a ocasião,
É sem por cento, perfeita.
Se um quer comprar o voto
O outro atrai e aceita.
São dois frutos sem sementes
Das arvores incompetentes
Que não dão boa colheita!
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E aquele que se deleita
Ao vê a corrupção
E finge que não a vê
Calando a voz da razão...
É por ficarmos calados
Que somos prejudicados,
Corrupto, eleitor, nação...
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Eu já sonhei com a união
E as classes todas iguais.
Sonhou assim meus avôs,
Meus bisavôs e os meus pais.
E assim vão sonhar meus filhos,
Meus netos... E os empecilhos
Aumentam e crescem os currais
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Fim.