A indústria da seca. Autor: Damião Metamorfose.

*

O Nordeste sem chover

É difícil a convivência.

Só não entendo por que

Com o avanço da ciência.

Não mudaram esse retrato...

Mas acho que vem do fato

Da má fé e a negligencia...

*

E nas frentes de emergência

Com um calor infernal.

Todo mundo amontoado

Feito bode no curral.

O político mais esperto

Se aproveita, chega perto

E faz curral eleitoral.

*

Tevê, revista e jornal...

Tem política disfarçada.

Mais disfarçado é a esmola

Que é pago pra “caçacada”

Um finge que dá cascalho,

Outro finge que é trabalho

E é nada em troco de nada!

*

Eu acho que é uma piada

Pra uma nação prometer.

Mesa farta, com um salário

Que não dá nem pra fazer

Uma feira mais seleta

Ou cesta básica completa

Para a família comer!

*

Erra o povo e o poder

Veja a cidade: Luis Gomes

Que está sem um pingo d’água

Pelos desmandos dos “homes”

Cinquenta anos penando

Com uma família mandando

E o povo esquece outros nomes!

*

São antigos esses costumes,

Mas continua atual.

Quando um consegue a verba

Tem mais de um ideal.

Por isso é que na cidade

Tem obras pela metade

“E o eleitor de curral”

*

Com um abraço “fraternal”

E um longo aperto de mão.

Eles manipulam as almas,

Que chega a dar comoção.

Depois disso é a promessa

E o alvo que o interessa

Flutua com os pés no chão!

*

Para os dois a ocasião,

É sem por cento, perfeita.

Se um quer comprar o voto

O outro atrai e aceita.

São dois frutos sem sementes

Das arvores incompetentes

Que não dão boa colheita!

*

E aquele que se deleita

Ao vê a corrupção

E finge que não a vê

Calando a voz da razão...

É por ficarmos calados

Que somos prejudicados,

Corrupto, eleitor, nação...

*

Eu já sonhei com a união

E as classes todas iguais.

Sonhou assim meus avôs,

Meus bisavôs e os meus pais.

E assim vão sonhar meus filhos,

Meus netos... E os empecilhos

Aumentam e crescem os currais

*

Fim.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 21/08/2012
Código do texto: T3842395
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