MARGARIDAS DO QUINTAL

MARGARIDAS DO QUINTAL

No meu tempo de criança

Na casa em que eu morava,

Havia um grande quintal

Que umas varas cercava,

E ali uma floresta

Minha mente imaginava.

Pequena diversidade

Tinha naquele quintal,

Porem eu imaginava

Um enorme matagal,

Pois a mente de criança

Tem força descomunal.

Tinha duas bananeiras

Que ao quintal destacava,

Um belo pé de pimenta

Ao meu quintal enfeitava

E uma arvore roxa

Que muita atenção chamava.

Flores tinha cravo branco

E uma roseira singela,

Uma flor de folha larga

Nem branca nem amarela,

Mas o pé de Margarida

Parecia pintado em tela.

As margaridas enchiam

O quintal de minha casa,

Uma flor sem muito cheiro

De uma estatura rasa,

Sem destaque especial

Mas brilhante como brasa.

Uma plantinha rasteira

De onze horas chamada,

Deixava o solo lilás,

Logo que desabrochada,

Era essa flor alegria

de minha infância agitada.

Mas a doce margarida

Sempre chamou-me atenção,

Margarida é minha mãe

É o nome dela então,

E se minha mãe é flor

Eu devo ser um botão?

Margarida que espalhou-se

E invadiu o quintal,

Hoje moro em outra casa,

Vivo em outro local,

Mas nunca esqueci a flor

Que me quer o bem ou mal.

JOÃO BOSCO

João Bosco Santos
Enviado por João Bosco Santos em 20/08/2012
Código do texto: T3839632
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