Lua prateada para meu amor apaixonado!
Uma lua prateada
Que iluminava a terra
Foi um dia aconselhada
Por quem vive la na serra
A não ser enciumada
Com o sol não fazer guerra.
Era alguém apaixonado
Pela antiga namorada
Foi por ela abandonado
Mas a vira desolada
Ela era o ser amado
Por alguém sendo enganada.
Ia assim vendo o destino
Não lhe dar o prometido
Caminhava em desatino
Sozinho e desiludido
Quando ouviu o som do sino
Convidando a ser ouvido.
Ele nada respondeu
Simplesmente foi em frente
A si mesmo agradeceu
Por ser tão impaciente
Mas o passo que ele deu
Não o fez inteligente.
Na igreja havia alguém
Que também desesperada
Esperava por alguém
Pois a noite era chegada
Deveria ela também
Caminhar na madrugada.
Saiu e foi caminhar
Sem destino numa estrada
Começou assobiar
Por estar amedrontada
Quando ouviu alguém falar
Minha vida vale nada.
Ela então se assustou
Perguntou quem era ele
Ele respondeu: não vou
Lhe dizer que sou aquele
Que o destino atrapalhou
Tirando o que era dele.
Na escuridão sem par
Uma luz apareceu
Era o brilho do luar
Que a escuridão venceu
Assim puderam enxergar
O que cada um sofreu.
Caminharam um pouco mais
Em silêncio absoluto
Não olhavam para trás
Se julgavam resolutos
Descobriram não ter paz
Por pensarem dissolutos.
Cada um pensava em si
Sem pensar em coisa sã
Desejavam para si
Raios do sol da manhã
Sem pensar que para si
Não existe o amanhã.
Depois de passar um tempo
O silêncio foi quebrado
Cada um em pensamento
Descobriu ser o culpado
Pensou que era o momento
De apagar todo passado.
Decidiram se casar
Acabar com a solidão
Iam construir seu lar
Na entrada do sertão
Pra ver raio do luar
Clarear o espigão.
Iam ver o sol raiar
Com raios cor amarela
Para a casa iluminar
Abririam a janela
E na hora do jantar
Comeriam na panela.
Viram a lua prateada
Espargindo a sua luz
Sobre as flores perfumadas
Que refletiam a luz
Viram então que na jornada
Cada um tem sua cruz.
Viram mais rapidamente
Que o sol é importante
Brilha mais intensamente
Se tiver acompanhante
Sendo o sol intermitente
Faz a lua mais brilhante.
Descobriram que amavam
Seus momentos de lazer
Sobre isso comentavam
Falando sobre o poder
Das dores que suportavam
Para o amor compreender.
Nunca mais se separaram
Nunca mais andaram ao leu
A muitos cegos ajudaram
Do rosto tirar o véu
Para todos demonstraram
Como ter o próprio céu.
Este cordel foi publicado com autorização do autor RENATO LIMA