Cordel – Mote – Ao você vir da castanha – Eu já vinha do caju
Para descontrair um pouco...
CORDEL – Ao você vir da castanha – Eu já vinha do caju – 01.08.2012
Oitavas de sete sílabas poéticas
Esquema de rimas ABABCDCD
Sei você é competente
Não quero aqui duvidar
Claro que também sou gente
Homem macho de lascar
Não vivo com artimanha
Não me meto no seu angu
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Você gosta de elogio
Vibra como vendaval
Mas é curto seu pavio
Que sai do bem para o mal
A decepção é tamanha
O apressado come cru
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Qual seria o meu pecado
Por lhe dar tanto respaldo
Confesso-me já acanhado
Pra dizer do meu recado
Você tem jeito de aranha
Ou então de brucutu
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Nem mesmo a sua família
Aguenta esse seu perfil
Você nunca está na trilha
Mas na ponte que caiu
Muito chegado a barganha
Pula tal qual canguru
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Do Zuzu você recorda
Parceiro bem arretado
Com isso você concorda
Seu serviço é complicado
Falando você se assanha
Nunca, jamais deu chabu
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Mas quando aquela vizinha
Queria lhe conhecer
Você falou tô na minha
Não topo me aborrecer
Ela insistiu tal piranha
Das bandas do Rio Açu
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Então bateram um papo
Com legal animação
Você caiu como trapo
Pensando na relação
Foi comer uma lasanha
Faminto tal guabiru
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Mas logo na hora agá
Você viu que lhe faltava
Um produto pra usar
Nisso você já pingava
Por que você não se acanha
Liso tal qual um muçu
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
A camisinha maldita
Da qual você se esqueceu
Fez a mulher muito aflita
Pensando num filho seu
Tentou remover da entranha
Com um taco de bambu
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
O pauzinho escorregou
E penetrou direitinho
Tudo agora piorou
Nem com beijo nem carinho
A mulher perdeu a manha
Tomou até chá de chuchu
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Nove meses passam logo
O bom é não esquentar
Deixando de tanto arrogo
E da gravidez cuidar
Pois a cobra tem peçonha
De grande surucucu
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Daí nasceu um menino
Lindo como se propala
Bonito como o divino
Numa mão uma bengala
Um espeto pra picanha
Pensei logo no bambu...
AO VOCÊ VIR DA CASTANHA
EU JÁ VINHA DO CAJU
Em construção/revisão
A foto é de uma tela a óleo de minha autoria, medindo 60 x 80 cm.
Ansilgus