Minha terra.
Fecho os olhos e aperto a lembrança.
Vejo a criança da terra onde nasci.
Sinto o frio do inverno bem serrano.
Vejo o magano tabuleiros por ali.
Terra mimosa de capricho amatutado.
Boa garoa como essa nunca vi.
Frio de vento,chuva fina sobre as casas.
De conjugadas pareciam uma só morada.
Cada calçada era um pátio de recreio.
De correria brncadeira animada.
Nos terraços em cochilos preguiçosos.
Rocam os idosos em espriguiçadeira armada.
Vejo o cumprido do quintal da minha infância.
Rumo a distância, lá no fim um abacateiro.
Alvissareiro meu castelo de aventuras.
Com suas muralhas das varas do galinheiro.
Os mamoeiros eram colunas lado a lado.
Assim eu brincava e reinava o dia inteiro.
O sábado chegava bem cedinho.
Com o cheirinho de doce vindo do tacho.
O matuto de alpercata rumo a feira.
Com criações pra vender de fêmea e macho.
Toldas de frutas de um espalhar bem colorido.
manga, caju pitombas presas em cacho.
Minha cidade tinha o cheiro de jardim.
Perfume assim vindo da alma das flôres.
Que perfumava todo corpo da cidade.
Soprando cheiro de paixões e de amores.
Quantas saudades a lembrança traz o cheiro.
De uma coalhada o leite puro em seus tambores.
Me acordava, café pronto e eu fardado.
Bem perfilado disso eu bem me lembro.
dias de alegria aos colegas ia me ajuntar.
Participar da equipe em que era membro.
E assim eu também fui estudante.
Do colégio Quinze de Novembro.
Interior inteiro por capricho.
Do carrapicho e bodegas de banana.
Forra de amarelo sua cascas na calçada.
E pelas ruas secos bagaços de cana.
Essa é a paisagem que eu trago da infância.
De Garanhuns, Suiça Pernambucana.